Folha de S. Paulo


EUA vão iniciar teste clínico de vacina de DNA contra a zika

Divulgação
Nova vacina contra zika dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA é aplicada em voluntário saudável
Nova vacina contra zika dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA é aplicada em voluntário saudável

Os EUA deixaram o Brasil pra trás e vão ser os primeiros a testar em humanos uma vacina contra a zika. Serão recrutados 80 voluntários saudáveis, entre 18 e 35 anos para a pesquisa.

A expectativa é que os resultados sejam divulgados até o final de 2016 e, caso sejam positivos, que os testes continuem em grupos maiores de voluntários no início de 2017, em países onde a zika é endêmica. Os voluntários vão ser divididos em quatro grupos, que vão receber a vacina duas ou três vezes, em diferentes arranjos temporais.

O estudo ainda está na fase um, ou seja, o objetivo principal é a avaliação da segurança e de possíveis efeitos colaterais da vacina. A duração total é de 44 semanas de acompanhamento (o que inclui consultas médicas e exames de sangue e de urina).

Entre os efeitos colaterais, de repente, pode aparecer algo além de reações locais e alergias, pois trata-se de uma nova modalidade de vacina baseada em DNA. Ou seja, em vez de pedaços de vírus ou vírus "moribundos" (atenuados), como em algumas vacinas convencionais, o que é injetado é um pedaço de material genético que contém informações para a produção das proteínas virais pelo próprio corpo humano.

Picture-Alliance/DPA/O.Riveira
Europa pode ter surto de zika nos próximos meses, alerta OMSOrganização Mundial da Saúde afirma que chance de vírus se espalhar por países europeus é de baixa a moderada durante o fim da primavera e o verão. Ilha da Madeira e costa nordeste do Mar Negro, porém, têm alto risco.
Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da zika

Não há nenhuma vacina do tipo que seja comercializada, mas há testes em andamento, como os de uma contra a dengue criada pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz.

Uma possível vantagem desse tipo de imunização é um maior recrutamento de células B e T, responsáveis pela defesa do organismo, o que refletiria em uma rápida neutralização e anulação de uma infecção viral futura.

Para tomar a vacina do Niaid (Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, na sigla em inglês), os voluntários não precisarão encarar uma agulhada no braço. O dispositivo faz uma inoculação por pressão, forçando as moléculas de DNA para dentro do braço.

BACTÉRIA

Esse DNA é circular e recebe o nome de plasmídio. Na natureza, ele é usado por bactérias para a troca de genes entre indivíduos, como aqueles de resistência a antibióticos.

Esse tipo de abordagem também já foi testado como uma forma de realizar terapia gênica (inserir uma versão correta de um gene defeituoso) e não elicitou nenhum efeito adverso grave, segundo o Niaid.

O instituto é o mesmo que iniciou os testes da vacina da dengue hoje testada pelo Instituo Butantan e também patrocina, além do estudo dessa vacina própria, o desenvolvimento de outras.

Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti


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