Folha de S. Paulo


Homeopatia ainda busca respaldo científico

A homeopatia é uma das mais de 50 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, mas talvez seja a que menos encontra respaldo de publicações científicas respeitadas.

"Se for usar uma metodologia acadêmica [para avaliar a homeopatia], posso não obter um bom resultado. Um tratamento tem que ser reprodutível em várias pessoas, mas como na homeopatia ele é individualizado, isso não pode não acontecer", explica de Sérgio Furuta, presidente da Associação Paulista de Homeopatia.

O efeito da homeopatia afirma Furuta, é melhor que o placebo, apesar de poucos estudos científicos atestarem essa tese. Segundo ele, um estudo suficientemente grande e cuidadoso poderia apontar essa diferença.

"Uma produção em nível industrial por uma grande farmacêutica não pode ser justificada apenas com efeito placebo", diz Milton Takeuti, presidente da Associação Brasileira de Homeopatia e Homotoxicologia.

A homotoxicologia é o ramo da homeopatia que lida com formulações compostas de diversos remédios homeopáticos, fabricados industrialmente.

Nessa linha, explica Takeuti, não se utiliza a explicação de "transferência de energia" como meio de ação, embora o preparo homeopático (com agitação e diluição) seja semelhante.

Baseando-se na "lei dos semelhantes", a homeopatia usa um princípio ativo "danoso" para gerar o remédio. "Qual é uma das coisas que mais tira sono? Café. Qual é o melhor remédio da homeopatia para insônia: café dinamizado", explica o homeopata e acupunturista Dirceu Sales.

Segundo Sales, o efeito placebo tem grande papel tanto na homeopatia quanto em outras abordagens terapêuticas.


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