Folha de S. Paulo


Cirurgiões fazem o primeiro transplante de útero nos EUA

Cirurgiões na Clínica Cleveland realizaram o primeiro transplante de útero nos EUA. A operação, que durou nove horas, ocorreu na quarta (24) e usou o útero de uma doadora morta.

A paciente que recebeu o órgão tem 26 anos e não teve a identidade revelada para proteger sua privacidade. Segundo a clínica, ela está em condições estáveis.

O objetivo do procedimento é permitir que mulheres que nasceram sem útero ou que precisaram retirar o órgão possam engravidar e dar à luz.

A paciente terá que esperar um ano antes de tentar engravidar para que ela se recupere completamente e para permitir que os médicos ajustem a dose da medicação contra a rejeição do órgão. Ela então precisará se submeter a uma fertilização in vitro. Antes do transplante, os ovários dela foram retirados, fertilizados com o esperma do marido e congelados. Os embriões depois serão transferidos para o útero.

Infográfico: Transplante de útero

O transplante será temporário. O útero será removido depois que a paciente tiver um ou dois filhos, para que ela possa parar de tomar as drogas imunossupressoras.

O líder da equipe cirúrgica foi o médico Andreas Tzakis, que antes do transplante viajou à Suécia e trabalhou com profissionais da Universidade de Gotemburgo, os únicos do mundo que haviam realizado esse procedimento com sucesso até então.

Nove mulheres já se submeteram à cirurgia na Suécia, com órgãos retirados de doadoras vivas. Pelo menos quatro delas já tiveram bebês -o primeiro nascimento ocorreu em 2014.

Cerca de 50 mil mulheres nos EUA são possíveis candidatas ao transplante.


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