A Anvisa afirmou, em nota, que revisou o processo de avaliação do herbicida MegaBR e detectou que ele foi erroneamente classificado como altamente tóxico.
"A classificação correta é classe 3 [medianamente tóxico], sendo, portanto, de mesma toxicidade que outros produtos já registrados", disse.
O erro ocorreu, segundo a agência, porque um dos critérios de análise, o da toxicidade inalatória, ao qual foi atribuída a classificação de nível 2-altamente tóxico, não deveria ter sido considerado, porque "não houve condições técnicas" para os testes.
"Os estudos apresentados não produziram morte nos animais [testados], pois a fragmentação de partículas em tamanho inalável não foi atingida em função das características físico-químicas da substância", afirmou.
"Considerando que o teste de toxicidade inalatória não deve ser utilizado [...], o produto foi erroneamente classificado como de classe 2. Apesar do erro, a classificação toxicológica não implicou em risco sanitário", completou.
Conforme a Folha apurou, produto semelhante foi testado pela Anvisa em 2012, inclusive no quesito inalatório.
Mesmo sem realizar os testes de inalação com animais, a Anvisa informou que vai notificar o Ministério da Agricultura e a empresa Ourofino para reclassificar o produto como menos tóxico.
Procurado, o Ministério da Agricultura não comentou.
A empresa Ourofino afirmou que segue a legislação. "A Ourofino Agrociência informa que cumpre e sempre cumpriu todos os requisitos exigidos pela legislação para comercialização de seus produtos. Em relação ao MegaBR, o produto foi analisado pelos órgãos reguladores de acordo com a legislação."