Folha de S. Paulo


Anvisa amplia indicação de vacina contra HPV para mulheres até 45 anos

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a indicação da vacina quadrivalente contra HPV para mulheres até 45 anos. Até então, a vacina era indicada para mulheres de até 26 anos.

A medida foi publicada nesta segunda-feira (9) no Diário Oficial da União. A mudança foi feita a pedido da fabricante, a MSD, e vale para a vacina conhecida como Gardasil, que protege contra quatro subtipos do vírus.

Além das mulheres de 9 a 45 anos, a vacina também é indicada para meninos de 9 a 26 anos na prevenção de lesões pré-cancerosas e câncer de ânus, por exemplo.

A ampliação da faixa etária, no entanto, vale apenas para as vacinas aplicadas na rede privada –na rede pública, a vacina é ofertada para meninas de 9 a 13 anos, além de mulheres com HIV de 9 a 26 anos. O objetivo é diminuir os casos de câncer de colo de útero, uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no país.

Para o governo, a escolha em vacinar pré-adolescentes ocorre para que a imunização ocorra antes da exposição ao vírus –ou seja, antes do início da atividade sexual, o que torna a vacina mais eficaz.

Segundo a MSD, a mudança ocorre após estudos que mostram que grupos de mulheres de 24 a 45 anos também podem estar suscetíveis a contraírem o vírus.

PRODUÇÃO NACIONAL

Além da ampliação da faixa etária, a Anvisa também aprovou nesta segunda o registro para que a vacina contra o HPV possa ser fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan.

Com isso, o instituto passa a ser o primeiro laboratório nacional com registro para produzir a vacina. A medida é uma das etapas da PDP (parceria de desenvolvimento produtivo) firmada entre a MSD e o Butantan, que hoje distribui o produto para a rede pública.

"Isso qualifica o Butantan como tendo condições de começar o processo de aquisição dessa tecnologia", afirma o diretor-substituto do instituto, Marcelo de Franco. Segundo o diretor, a previsão é que a vacina seja completamente produzida no país em até cinco anos.

A vacina passou a ser ofertada na rede pública no ano passado. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, serão investidos R$ 1,1 bilhão na compra de 36 milhões de doses da vacina até 2019 –período necessário para a total transferência de tecnologia ao laboratório brasileiro.

Para este ano, a previsão do Ministério da Saúde é de adquirir 11 milhões de doses.


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