Folha de S. Paulo


'Minha filha voltou para o crack logo depois', diz mãe que tentou a ibogaína

Depois de muitas internações e tentativas, Creusa Oliveira dos Santos, 53, levou as duas filhas para uma clínica onde receberiam ibogaína para tratar a dependência em cocaína e crack, sem sucesso.

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"Uma das minhas filhas, Mônica, 27, já tinha passado por quatro clínicas. Ela era dependente de cocaína e passou para o crack. Gastei muito dinheiro. Ela sumia por dias. Já a encontrei suja, no mato, debaixo da ponte. Não sabia mais o que fazer.

No Facebook, ouvi falar da ibogaína e entrei em contato com uma clínica em Arujá (SP). Eles me disseram que a planta tinha curado muita gente e que tirava a vontade de usar droga. Um homem me contou a experiência de anos de abstinência depois de usar todo tipo de coisa.

Gustavo Epifanio/Folhapress
Creusa Oliveira dos Santos, 53, tentou, sem sucesso, tratar as filhas com ibogaína
Creusa dos Santos, 53, tentou, sem sucesso, tratar as filhas, dependentes químicas, com ibogaína

Eu achei que era a salvação para ela sair dessa vida. Levei a Mônica para a clínica e ela tomou duas doses. O tratamento custava R$ 5.000. Paguei R$ 3.000 no começo.

Depois de cinco dias, me informaram que ela estava ótima. Decidi levar a minha outra filha, Monaliza, 25, que estava se tornando dependente de cocaína, e meu primo, alcoólatra.

Vi que não ia ter como pagar o restante do tratamento da Mônica e dos outros dois. Passei o meu carro para a clínica. A Mônica foi pra rua procurar crack no mesmo dia que voltou. A minha outra filha e o meu primo voltaram para o vício cerca de 15 dias depois.

Sei que fui ingênua, mas é o desespero, né? Sou mãe. Agora, a Mônica está em uma outra clínica porque ela não pode ficar solta. Mas o dinheiro está acabando e a única solução que vejo é trancá-la em casa."


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