Folha de S. Paulo


USP testa composto da maconha para parkinson

O canabidiol (CBD), um dos compostos da maconha, pode ajudar a aliviar agitações do sono associadas ao mal de Parkinson, mostra estudo da USP de Ribeirão Preto.

Usado no Brasil de forma experimental para a epilepsia, o CBD teria efeito benéfico sob outras doenças que afetam o cérebro.

"O CBD provê qualidade do sono e pode proteger neurônios", diz Marcos Hortes, psiquiatra e autor do estudo. As evidências vêm de casos com quatro pacientes descritos no "Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics".

Em um deles, um homem de 61 anos registrava queixas de alterações de sono (fala, pontapés e socos). A agitação já machucou a esposa. Ao ser tratado com 75 mg de CBD todos os dias por seis semanas, ele não teve mais distúrbios no sono.

Em outros dois casos, as crises também desapareceram; em um paciente, houve um episódio por semana.

Essas agitações são comuns no parkinson e o tratamento delas é feito com clonazepam, remédio controlado. "O medicamento é eficaz, mas causa sonolência durante o dia", diz Egberto Barbosa, neurologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O estudo foi supervisionado por José Alexandre Crippa, psiquiatra que comanda estudos com o CBD no Brasil. Ele diz que o CBD não está disponível para uso clínico e que mais dados são exigidos para mostrar sua eficácia.


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