Folha de S. Paulo


Obesidade para de crescer no Brasil

O percentual de brasileiros com excesso de peso parou de crescer, pela primeira vez, desde 2006.

É o que revela pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde. Realizada anualmente desde 2006, a pesquisa é feita por telefone e busca identificar comportamentos e fatores de risco na população - foram ouvidos 53 mil adultos nas 26 capitais, além do Distrito Federal.

Segundo a pesquisa, 50,8% da população tem sobrepeso, contra 51% no ano anterior. Desses, 17,5% são obesos - em 2012 eram 17,4%. De 2006 a 2012, o percentual de brasileiros com excesso de peso foi crescendo continuamente.

"Estatisticamente é a mesma coisa, mas a redução do aumento está se consolidando. Na maioria das capitais brasileiras, esse comportamento é o mesmo: não é que o efeito em duas ou três capitais mais populosas puxou o resultado do Brasil", argumentou o secretário Jarbas Barbosa (Vigilância em Saúde) em coletiva de imprensa.

Ele ponderou ainda que esses fatores estão relacionados com diversas doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. A queda dos percentuais de sobrepeso foi identificada tanto entre homens [de 54,5% para 54,7%] como em mulheres [48,1% para 47,4%].

LANCHINHO

O aumento de atividades físicas e a melhor alimentação são apontados pelo ministério como fatores que contribuíram para esse resultado. Em 2009, 30,3% da população faziam atividade física no tempo livre. Em 2013 o percentual subiu para 33,8% - nos últimos anos, já havia essa tendência de crescimento.

Ao mesmo tempo, também houve aumento da frequência do consumo recomendado de frutas e hortaliças - 20% dos brasileiros adultos em 2008 atingiam esse consumo (5 ou mais porções por dia, em 5 ou mais dias da semana. Em 2013, eram 23,6%.

"Comer melhor, com mais atividade de lazer, é o que explica a consistência do dado de que a situação do excesso de peso do brasileiro e obesidade estão melhorando", concluiu Barbosa.

Nesta edição da pesquisa, foi abordada pela primeira vez o hábito de substituir o almoço ou jantar por lanches de baixo valor nutritivo, como pizzas, sanduíches e salgados. Segundo a pesquisa, 16,5% dos brasileiros adotam esse hábito diariamente. O percentual é maior entre as mulheres (19,7%) do que entre homens (12,6%).

FUMANTES

O Vigitel 2013 identificou ainda uma queda no percentual de fumantes na população acima de 18 anos. Entre 2006 e 2013, houve uma redução de 28%, saindo de 15,7% naquele ano para 11,3% no ano passado.

"Pela primeira vez tivemos uma redução significativa também entre mulheres. Entre os homens vem caindo todos os anos. Entre as mulheres, nos primeiros anos, tem uma redução muito leve. A partir principalmente de 2011, a gente vê que se estabelece um padrão de decida", afirmou Barbosa.

"O tabaco talvez seja, isoladamente, o maior fator de risco de doenças crônicas não transmissíveis", disse o secretário.


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