Folha de S. Paulo


Nova linha de cigarro sem aditivos anuncia 'puro tabaco'

Puro tabaco, sem aditivos. É como uma nova linha da marca de cigarro Lucky Strike, da Souza Cruz, se anuncia em pontos de venda no Rio de Janeiro e São Paulo.

O marketing --que está na outra ponta da guerra da indústria pela manutenção dos aditivos-- chamou a atenção de grupos antitabagistas.

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"Eles são geniais, fazem o marketing dando a entender que o cigarro sem aditivos é menos nocivo. Que fique claro: cigarro faz mal e ponto, com ou sem aditivo", argumenta Paula Johns, diretora-executiva da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo).

Para ela, a ideia de que cigarro sem aditivos é menos perigoso está no senso comum. "Um familiar meu chegou em casa com um maço desses e disse: 'Olha, é sem aditivos, esse tudo bem'."

Lançado há um mês em carteiras de papel pardo, a linha cumpre na íntegra a resolução que baniu os aditivos, explica Humberto Conti, gerente sênior de assuntos corporativos da empresa.

Segundo Conti, o cigarro é feito com matérias-primas top de linha, surgiu da necessidade de se adequar à resolução --à época de sua criação, diz, não havia liminar para a indústria-- e de manter fiel o público do Lucky Strike com mentol.

Mas estender a tecnologia às demais marcas não é viável, defende Conti. "Não conseguiremos classes [de tabaco] tão boas para todo o portfólio. Há um grande risco de ruptura do mercado, com migração maior para os ilegais."


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