Folha de S. Paulo


Hospital de Barretos tem teste genético gratuito

O exame que encontrou o defeito no gene BRCA1 da atriz Angelina Jolie e mostrou um risco maior de ela ter câncer de mama está fora do alcance de muitos pelo seu alto custo --até R$ 8.000.

Mas o teste é oferecido de forma gratuita no Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, financiado pela Fundação Pio 12, gestora da instituição.

Em outros hospitais, como no Inca (Instituto Nacional de Câncer), no Rio, o exame é oferecido aos pacientes em protocolos de pesquisas.

Em Barretos, se há suspeita de que a mulher com tumor de mama ou ovário tenha câncer hereditário, por conta da idade ou de seu histórico familiar, ela é encaminhada para o departamento de oncogenética.

Lá, é avaliado se ela deve fazer o teste que procura defeitos nos genes BRCA1 e BRCA2. Um resultado positivo faz o hospital sugerir que ela leve seus parentes --filhos, pais e irmãos-- para uma consulta. O exame pode ser oferecido a eles também.

"A partir do primeiro caso, estendemos os cuidados para outros membros da família como prevenção", diz Danilo Vilela, do departamento de oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos.

É o que aconteceu com Alice Bertequini, 60, de Araçatuba (SP), que teve câncer de ovário, tireoide e mama.

Os médicos lhe perguntaram quem tinha tido a doença na família, e a lista incluía seu pai, três primas e a filha de uma prima. O teste para a mutação deu positivo.

Alice tem uma filha, três irmãos e duas irmãs, como Elvira Moreira, que está sendo examinada pelos especialistas do hospital, ao lado de outros familiares, para que seja avaliado o risco de câncer.

"Dois irmãos não queriam fazer os exames, achavam que não era bom saber e sofrer antes da hora. Mas falei que é melhor para se cuidar mais cedo", diz Alice.

O acompanhamento das pessoas com maior risco de câncer é feito no hospital, com consultas e exames.

A retirada preventiva das mamas ou dos ovários também é oferecida.


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