Folha de S. Paulo


Homens virgens são o maior público da terapia do sexo

Em 2013, a única associação do mundo a reunir "sex surrogates" (parceiros sexuais substitutos) faz 40 anos com os mesmos desafios do passado: defender e explicar essa profissão tão peculiar.

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A International Professional Surrogates Association (IPSA), com sede em Los Angeles, tem 50 profissionais, mais da metade mulheres. Os clientes são na maioria virgens de 40 a 60 anos.

"Ao longo das décadas, houve uma mudança no entendimento do trabalho, mas ainda há muita confusão", disse a educadora sexual Vena Blanchard, presidente da IPSA. "Não é tudo sobre sexo. Boa parte dos que nos procuram não entende o toque, não sabe experimentar essa sensação e tem muito medo."

Outros pacientes dessa terapia são vítimas de abusos ou têm disfunções (vaginismo, ejaculação precoce) e não contam com parceiros.
Blanchard comanda a formação profissional, que custa o equivalente a R$ 6 mil e inclui curso de cem horas. Depois, há estágio pago com cliente real, supervisionado por um veterano e o terapeuta responsável.

Em 2012, a IPSA certificou quatro pessoas. A procura cresceu após o filme "As Sessões", que estreou nos EUA em outubro. Há mais gente interessada em virar parceiro substituto, diz Blanchard, que critica algumas cenas, como quando a terapeuta (Helen Hunt) encontra o paciente (John Hawkes) pela primeira vez."É incomum o profissional sair tirando a roupa minutos após conhecer o paciente. Não acontece. O cliente ficaria aterrorizado."

A IPSA foi fundada em 1973, três anos após os pesquisadores americanos Master e Johnson inventarem a terapia do parceiro sexual substituto. Em cinco anos, o grupo ganhou código de ética e padrões de treinamento.


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