Folha de S. Paulo


Por meio da fotografia, irmãs incentivam adoção de animais abandonados em Porto Alegre

Quando pequenas, as irmãs Manoela e Ana Carolina tinham medo de cães. Mal sabiam que mais tarde estariam engajadas na luta pela defesa dos animais. Aliando a profissão de fotógrafas ao amor por cachorros e gatos, fundaram o projeto "Amizade não se compra", que incentiva a adoção de animais abandonados.

No estúdio que mantêm em Porto Alegre, desde 2009, só fotografam animais de estimação e é lá também onde retratam os animais que estão para adoção em ONGs e com protetores da cidade.

"Para participar do projeto, o protetor faz um cadastro no nosso site e, a partir disso, a gente marca um horário para ele vir até o estúdio com até dois animais e fotografá-los", explica a cofundadora do projeto Ana Carolina Dutra.

Por meio do site e do Facebook, as irmãs divulgam as fotos produzidas dos animais que estão para adoção. No site, os interessados são reencaminhados para entrar em contato com a pessoa protetora ou a ONG responsável, que farão todos os protocolos para a adoção.

"O projeto partiu dessa nossa paixão de olhar o animal e pensar como podemos ajudá-lo", conta Ana Carolina. De todos os animais que passaram pelos cliques das irmãs, 70% foram adotados.

Ana Carolina conta que, com as fotos, conseguem equiparar os animais a cães e gatos de raça, que na maioria das vezes são escolhidos somente pela beleza. "O animal sem raça definida é único, tu nunca vai encontrar um igual, como aqueles outros produzidos em série, os de raça. Retratamos essa beleza única nas fotos."

Com as irmãs também trabalha a estudante e voluntária Cíntia Selbach, que acredita que fotos produzidas chamam mais a atenção das pessoas que querem um animal. "Vendo uma foto bonita as pessoas vão atrás, facilita a adoção."

Leandra Pinto que milita pelos direitos dos animais e mantém outro projeto em Porto Alegre, o "Animal é Tri!", é uma das parceiras das irmãs. "As pessoas acham que, para ser um protetor de animais, precisam trabalhar oito horas por dia e doar-se totalmente para a causa. Isso não é verdade. Com pouco trabalho e uma ideia criativa, qualquer um pode ser um protetor", acredita.

Além da campanha de adoção, o projeto das gaúchas busca alternativas para melhorar o relacionamento entre os animais e a sociedade. "A conscientização sobre os animais está cada vez maior e vemos mais pessoas adotando", diz a cofundadora do projeto Manoela Leal Dutra. "Ao invés de fazer mais animais, vamos dar um lar bacana para esses que estão por aí", completa.

"A importância desse trabalho é a satisfação em saber que eu fiz uma pequena diferença na vida daquele animal", afirma Ana Carolina.

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