Folha de S. Paulo


Oito jurados e mais de 390 mil votos de leitores definem vencedores de 2017

Para chegar ao veredito de quem merece o título de Empreendedor Social do Ano e qual é o jovem Empreendedor Social de Futuro de 2017, oito jurados se debruçaram sobre cem páginas de dois relatórios que destrincharam os seis finalistas deste que é o principal concurso do setor na América Latina.

Na categoria Escolha do Leitor, mais de 390 mil votos foram dados por internautas na enquete no site da Folha, na qual o público elegeu sua iniciativa preferida ao longo do mês de outubro.

Presidente do Conselho da Fundação Schwab, Hilde Schwab integrou o júri, ao lado de Maria Cristina Frias, colunista de "Mercado" na Folha, Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação e professor na USP; e Ronaldo Iabrudi, diretor-presidente do Grupo Pão de Açúcar.

Também foram jurados Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas, organização que estimula investimento social corporativo; Marilene Ramos, diretora das áreas de Energia, Gestão Pública, Socioambiental, Saneamento e Transporte do BNDES; Sergio Andrade, vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2015; e João Carlos Martins, pianista e maestro.

A vitória de Valdeci Ferreira, da Fbac (Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados) foi consolidada com avaliações positivas sobre o modelo inovador de gerir unidades prisionais e os resultados já alcançados.

"O fato de esta metodologia única ter sido replicada em diversos países é um exemplo forte de como inovações do Sul do mundo podem ter relevância global", destacou Hilde Schwab.

Para Marilene Ramos, "a Fbac tem demonstrado que é possível fazer diferente". "A atuação em situações de extrema gravidade, como a ação iniciada no Maranhão, e os resultados alcançados demonstram que a iniciativa é bastante relevante em seus resultados, abrangência e efeito multiplicador."

"Dos três projetos, é o mais vital para o Brasil, porque ataca um problema gravíssimo e é o de maior impacto social", escreveu Renato Janine Ribeiro, ao justificar as notas dadas à Fbac.

O júri avaliou seis quesitos de cada candidato: perfil do empreendedor; inovação; sustentabilidade; impacto social direto; alcance e abrangência; e efeito multiplicador.

A representante da Schwab destacou, por exemplo, o alto potencial para ganhar escala da Avante, fundada por Bernardo Bonjean. Na avaliação do CEO do Grupo Pão de Açúcar, o grande diferencial da start-up financeira é o olhar focado em cada cliente: "O cuidado de conhecer sua realidade, indo além do empréstimo em si e tratando a fundo os desafios do cliente rumo à educação financeira."

A diretora do BNDES também considerou inovadora a oferta de microcrédito produtivo e realmente orientado da Avante. "Com impacto direto e imediato na vida dos atendidos, possui um perfil simples de padronização e treinamento que pode ser replicado em outras regiões."

A atuação de Ronaldo Lemos à frente do ITS Rio também foi bem avaliada. "Chama a atenção o trabalho pioneiro e a capacidade de gerar resultados que impactam a vida das pessoas", avaliou Esteves, ao qualificar o aplicativo "Mudamos", lançado neste ano pelo empreendedor social, como "relevante e de impacto direto na qualidade da democracia".

"A experiência do empreendedor e a forma de incidência em resultados são notáveis", acrescentou Ramos.

FUTURO

Na avaliação da categoria de Futuro, os jurados deram as melhores notas para o esforço de Ralf Toenjes para colocar de pé a Renovatio. "A ideia é brilhante e traz à tona um desafio social que tende a ser invisível", definiu a presidente da Comunitas.

Para a diretora do BNDES, a Renovatio é "iniciativa altamente inovadora e um típico exemplo de negócio social". Ela define Toenjes como um empreendedor capaz de trazer soluções baratas, em um modelo de negócios simples e com alto impacto na vida das pessoas".

Já o ex-ministro da Educação do governo Dilma avaliou o Movimento Mapa Educação como o projeto mais ambicioso nesta categoria. "Trata do que tem que ser uma forte prioridade nacional."

O preferido do público também teve avaliação positiva do jurado. "O Saladorama surpreende por ser um jovem que devolve para sua comunidade o que aprendeu fora dela. É um projeto com presente e futuro."

Para Ausclepius Soares, presidente da Fundação Banco do Brasil, patrocinadora exclusiva da categoria, a escolha dos internautas é um diferencial da premiação.

"Essa parceria com o Prêmio Empreendedor Social reforça o que fazemos aqui. Buscamos o desenvolvimento e a inclusão social das pessoas. É uma honra ter essa parceria com o prêmio, ainda mais na categoria Escolha do Leitor. Tem tudo a ver com o que fazemos, que é buscar mais proximidade com a população em geral."

A premiação tem patrocínio de Coca-Cola, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fundação Banco do Brasil. Conta com a Latam como transportadora oficial e o apoio do Instituto C&A e do Teatro Porto Seguro. ESPM, Fundação Dom Cabral, Insper e UOL são parceiros estratégicos.


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