Folha de S. Paulo


Universitários criam soluções para geração de renda no semiárido

Eduardo Pacheco/Divulgação
Representantes das confederações nacionais de empresas juniores apresentam Memorando de Entendimento. JEWC 2016. Empresários juniores de todo o mundo participam de conferência do setor em Florianópolis (SC)
Empresários juniores durante o evento mundial do setor, em Florianópolis (SC), em 2016

A segunda edição do desafio para empresas juniores, organizado pela Brasil Júnior, parceira do Prêmio Empreendedor Social e pela água AMA, da Ambev, recebeu 30 projetos com soluções para geração de renda no semiárido brasileiro.

Três desses chegaram à final do concurso: a Sea Jr, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a Poli Júnior Engenharia, da Escola Politécnica de Pernambuco, e a Núcleo Consultoria, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

O vencedor será anunciado neste sábado (19) durante o Encontro Nacional de Empresas Juniores, em Porto Seguro, e receberá R$ 30 mil para implementar o projeto.

O objetivo da Sea Jr é evitar o desperdício de água e gerar renda na cidade de Jaguaruana, no Ceará, por meio da aquaponia.

Esse sistema utiliza a recirculação de água para piscicultura e cultivo de hortaliças, ao mesmo tempo. A horta é regada com a água utilizada pelos peixes, que contém nutrientes fertilizantes.

"É uma solução para o problema da seca, que não permite plantar, nem criar animais. A aquaponia fornece uma horta agroecológica, livre de agrotóxico, com pouco gasto de recurso hídrico e peixes saudáveis, para o consumo local", explica Eduarda Tayná, 21, estudante de engenharia de aquicultura e criadora do projeto.

Em outra área, a dos cosméticos, a Poli Júnior pretende levar empregos para o semiárido. A ideia é fabricar produtos como shampoo, hidratante e sabonete, a partir dos nutrientes da palma, planta comum na região.

"Os moradores receberão cursos profissionalizantes de capacitação e marketing e poderão comercializar os produtos. Ou ainda complementarem a renda com o plantio da palma em pequenos terrenos, como no jardim de suas casas", diz uma das integrantes do grupo, Ana Paula Uriarce, 22, que cursa engenharia civil.

Já os jovens do curso de engenharia química do Rio propuseram usar biofertilizantes e produção de biogás para o fornecimento de energia.

"Água, restos de alimentos e fezes entram em decomposição pela ação de bactérias e geram biogás, que pode ser usado como energia elétrica ou gás de cozinha, e biofertilizantes, usados para o plantio. É uma forma sustentável de trocar lixo por dinheiro, como na reciclagem ", explica Daniele Oliveira Sampaio, 22, uma das criadoras do projeto da Núcleo.


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