Folha de S. Paulo


Laila Garin, coral e dança emocionam público em premiação inspiradora

Ao final da cerimônia que elegeu os empreendedores sociais do ano nesta segunda-feira (7), a atriz Maria Fernanda Cândido se despediu dos 400 convidados que lotaram o teatro Porto Seguro, em São Paulo, declarando que foi um dos eventos mais emocionantes dos quais participou.

Ao lado do colega Dan Stulbach, ela foi mestre de cerimônias da 12ª edição do Prêmio Empreendedor Social, uma parceria da Folha com a Fundação Schwab.

"Estou super feliz de ter sido convidada, porque premiar as pessoas que usam sua inteligência, criatividade e investem seu tempo para tornar a nossa vida em sociedade melhor é uma grande honra e alegria", afirmou a atriz que está em cartaz com a peça "Tróilo e Créssida", dirigida por Jô Soares, no Teatro Sesi, em São Paulo.

Ela se refere às iniciativas inspiradoras de Carlos Pereira, 38, fundador da Livox, que recebeu o troféu de Empreendedor Social de 2016; de Nina Valentini, 29, do Instituto Arredondar, premiada como Empreendedora Social de Futuro; e Lucas Corvacho, 28, e Jonas Lessa, 25, criadores do Retalhar, que tiveram 24,9% dos votos dos internautas na categoria Escolha do Leitor.

APRESENTAÇÕES

Laila Garrin e sua banda A Roda foram um dos pontos altos da noite com uma apresentação vibrante de clássicos da MPB como "O que Será", de Chico Buarque, "Na Primeira Manhã", de Alceu Valença, e um medley de "Conversando no Bar" e "San Vicente", de Milton Nascimento e Elis Regina.

"Todas [as músicas] têm muita beleza e, às vezes, a arte não precisa ser explicitamente engajada com um discurso social e político para fazer uma transformação política", disse cantora e atriz baiana, em cartaz com "Gota D'Água [A Seco]", musical de Chico Buarque e Paulo Pontes, no Teatro Faap. "Podemos falar de amor com um arranjo belíssimo e isso ser transformador".

Outro momento marcante foi a coreografia "Despertar", do Coletivo Chega de Saudade. O número faz parte da terceira montagem do espetáculo "Correm as Cidades nos Quatro Cantos do Mundo".

O grupo dirigido por Rubens de Oliveira e Sergio Ignacio reúne 25 bailarinos não-profissionais, das mais diversas profissões, características físicas e origens sociais, mas que se unem pela dança como forma de expressão e de superação.

"Estamos falando de corpo, encontro e conexão por meio da dança e o prêmio é isso: pessoas fazendo para pessoas, se comunicando, se relacionando com as outras e tentando fazer o melhor para o outro", disse Oliveira, emocionado após a premiação. "Precisamos ser coletivos para fazer um mundo melhor."

No mesmo espírito, 40 adolescentes do Coral da Gente, do Instituto Baccarelli, encheram o teatro de suingue com ritmos brasileiros. Jovens de Heliópolis, zona sul de São Paulo, levaram ao palco a força de um projeto que, por meio do aprendizado da música, desenvolvem valores, trabalhando voz e expressão corporal.

O grupo coral é apoiado pelo Vivo Transforma, um dos programas de responsabilidade social da Vivo, representada na premiação também por Américo Mattar, presidente da Fundação Telefônica Vivo, que entregou
o certificado de finalista para o empreendedor Tatsuo Suzuki, da Magnamed.

Para Mattar, dar visibilidade às iniciativas como as finalistas do prêmio é fundamental para que cada vez mais outros empreendedores enxerguem oportunidades de negócios e de transformação social associada ao seu business.

"O empreendedorismo social tem a capacidade de quebrar um grande paradigma de que é possível ganhar dinheiro e transformar a sociedade ao mesmo tempo", afirmou. "Essas pessoas estão transformando a sociedade e tem um impacto profundo."

JURADOS

A festa contou com a presença de Alexandra Loras, ex-consulesa da França em São Paulo, e Ana Lúcia Villela, presidente do Instituto Alana, ambas integrantes do júri de 2016 do prêmio.

"Todos os projetos são fundamentais, agregam valor às vidas das pessoas, ao mundo, não só ao Brasil. São iniciativas que fazem a diferença", afirmou Loras, que se disse emocionada ao entregar o prêmio de Empreendedor de Futuro para Nina Valentini. "A cerimônia com tradução em Libras [Língua Brasileira de Sinais], os cantores e o grupo de dança, foram mágicos".

Villela, que está frente ao Instituto Alana, uma organização da sociedade civil que há 24 anos atua em projetos voltados à vivência plena da infância, destacou a chancela que a premiação proporciona aos finalistas.

"O prêmio é fundamental para mostrar o trabalho de grandes empreendedores, para dar visibilidade aos projetos e às causas e para essa área da sociedade", afirmou a empreendedora social e jurada desta 12ª edição.

"Quando li mais profundamente sobre cada um, aprendi não só sobre eles, mas sobre o meu trabalho", conta. "Foi feito [o trabalho de votação] de um jeito muito sério", completa

Do júri, estive também presente Ricardo Siqueira, diretor-executivo de relações institucionais da Fundação Dom Cabral. Elie Horn, presidente do conselho da Cyrela, foi representado por Aron Zylberman, do Instituto Cyrela.

Do mundo da moda, compareceram a ex-modelo Luiza Brunet e empresária Alexandra Fructuoso.

"É maravilho conhecer propostas que podem transformar vidas, como as nossas mesmas, por meio de conhecimentos e possibilidades", afirma Brunet.

Fructuoso disse que além da importância de premiar os empreendedores já estabelecidos, o evento destaca novos talentos. "Dá força para aqueles que estão se apresentando como o futuro de nossa história."

Maria Fernanda Cândido também elogiou a atitude empreendedora dos finalistas em um momento de crise no país. "É sempre um desafio muito grande empreender no Brasil, em qualquer contexto, é necessário uma grande dose de coragem, ousadia, garra e determinação", disse. "No momento atual, talvez seja um desafio até maior."

Já Stulbach, que levou toda sua irreverência para o palco do Teatro Porto Seguro, destacou que fazer parte desta edição é uma oportunidade para premiar e celebrar o "melhor do Brasil". "Todas as iniciativas são incríveis",avaliou o ator.

"O fato de tanta gente participar mostra o interesse pelas ideias, inovação e principalmente pela construção de um país melhor", disse Stulbach em relação à votação da categoria Escolha do Leitor, patrocinada pela Fundação Banco do Brasil, que teve o engajamento de mais de 150 mil internautas.

O troféu dado à Jonas Lessa, 25, e Lucas Corvacho, 28, pelo trabalho à frente da Retalhar, foi entregue pelo editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila. Os premiados na categoria definida pelo voto popular receberam ainda um notebook das mãos de Emerson Weiber, gerente de comunicação da Fundação Banco do Brasil, patrocinadora exclusiva da categoria.

O Prêmio Empreendedor Social tem patrocínio de Coca-Cola, Vivo, IEL, uma iniciativa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), e Fundação Banco do Brasil. Conta com a LATAM como transportadora oficial e o apoio da Porto Seguro. UOL, ESPM e Fundação Dom Cabral são parceiros estratégicos. Leia nesta terça (8), na Folha, o caderno especial sobre os finalistas da edição deste ano.


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