Folha de S. Paulo


'Empreender é para poucos', diz Endeavor em congresso mundial

Em meio a uma jornada de autoconhecimento dos 3.200 congressistas que participam do JEWC (Conferência Mundial de Empresas Juniores, na sigla em inglês) 2016, em Florianópolis (SC), Juliano Seabra, diretor da Endeavor, que apoia empreendedores, mediou uma mesa com três cases que passaram pela organização.

Alessio Alionço, fundador da plataforma de gestão de produtividade Pipefy, Eduardo Ferreira Lima, da empresa de tecnologia em segurança Avantia, e Darino Tenório, da líder do mercado catarinense de presentes inovadores Uatt, compartilharam rapidamente, nesta quinta-feira (21), suas histórias para depois responderem aos questionamentos dos jovens que buscam por inspiração.

Sobre a preocupação de um universitário mineiro com as poucas iniciativas de empresários juniores após se formarem, o diretor da Endeavor, parceira do Prêmio Empreendedor Social, respondeu: "Empreender é para poucos. Se todos decidirem empreender, não vai ter funcionário".

A essa ideia, Darino Tenório complementou: "Existe um funil e é bom que seja assim. Quem não for empreender, pelo menos vai levar essa essência para a administração pública, o que vai ser muito bom para o Brasil."

Outra preocupação comum dos jovens é a origem das inspirações desses empreendedores de sucesso. "De onde vem as ideias?", questionou a jovem paulista. "Eu não acredito em ideia boa", afirmou Alessio Alionço. "Acredito em execução."

"Tudo que você pensa em fazer, qualquer ideia que seja, já vai ter pelo menos três pessoas no mundo executando", explicou o fundador da Pipefy sobre sua crença que é a execução que vai fazer a diferença no seu sucesso.

CONEXÃO

Ao longo do dia, a conexão foi o cerne de diferentes palestras e dinâmicas. O ápice disso foi o encerramento, quando todos os congressistas, juntos, participaram de uma grande simulação de aprendizado.

Juntos, compartilharam sentimentos profundos e se conectaram com completos desconhecidos, exigência da dinâmica final. Em uma grande roda, totalmente preenchida pelos jovens universitários, se aqueceram em meio à ideia de que estavam em montanhas nevadas –não muito distante da realidade da gélida da noite.

Em seguida, conforme a paisagem se transformou em uma praia paradisíaca, eles se espalharam pelo auditório e, com o agradável som de ondas que vêm e voltam na beira da areia, fizeram uma série de "olas".

A animação continuou com um trenzinho de "Happy", de Pharrel Williams, e várias danças com balões saltando pelo ar. No fim, Tiago Leifert aparece no palco e encerra o dia compartilhando sua história em mais uma noite de inspiração.

O objetivo de tudo isso era fazerem os jovens absorverem tudo que aprenderam durante o dia. Para haver essa conexão no fim da noite, uma jornada de autoconhecimento e engajamento ocorreu em diferentes palestras.

Pela manhã, Caroline Zulueta e Giovanna Gaiarim, da Be Liv, utilizaram a conexão e empatia como forma de os jovens descobrirem quem são e ampliarem sua consciência. Já no fim da tarde, Ryocichi Oka Penna e Pedro Nascimento explicaram o conceito de Física Social.

"No MIT Media Lab, eles estudaram como unir duas ciências separadas: a matemática e a sociologia", explicou Nascimento. "Eles queriam mensurar a interação entre indivíduos para geração resultados."

A conexão também fez parte da dinâmica dos ex-empresários juniores. "Você só se sente bem quando há interação." Para selar o engajamento entre os jovens, foi proposto um abraço invertido, com o braço esquerdo sobre os ombros –ao invés do direito, como acontece automaticamente– para os corações se juntarem e aumentar ainda mais a conexão.

A repórter viajou a convite da organização da Conferência Mundial de Empresas Juniores


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