Folha de S. Paulo


Grupo de empreendedoras lança campanha #33DiasSemMachismo

São necessários 21 dias para mudar um hábito, segundo teoria dos anos 1960 do cirurgião plástico Maxwell Maltz. Com isso em mente, seis empreendedoras sociais decidiram se unir por uma causa na qual já atuavam individualmente: a luta contra o machismo.

Para que o caso da jovem de 16 anos que sofreu estupro coletivo no Rio de Janeiro, na semana passada, não seja esquecido, elas lançam a campanha #33DiasSemMachismo nesta quarta-feira (1º).

Reprodução/Facebook
Grupo de empreendedoras lança campanha #33DiasSemMachismo
Grupo de empreendedoras lança campanha #33DiasSemMachismo

Durante 33 dias, número referente aos supostos agressores da adolescente carioca, a iniciativa irá divulgar atitudes simples para incentivar uma mudança de comportamento positiva.

"A ideia é que as pessoas relatem situações que passaram ou deixaram de passar e publiquem com a hashtag", afirma Marianne Costa, uma das mobilizadoras e cofundadora da Raízes Desenvolvimento Sustentável.

O primeiro desafio, desta quarta, é não interromper a fala de uma mulher. "Queremos que as pessoas também proponham novos desafios", diz a empreendedora, finalista do Prêmio Empreendedor Social de Futuro em 2012 e membro da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.

A empreendedora aponta que o machismo se apresenta nos negócios com certos comportamentos se repetem. "Negócios geridos por mulheres são menores porque elas têm outras responsabilidades e deixam de crescer porque acham que isso pode prejudicar essas atividades."

A dominância dos homens também foi um ponto que Marianne ressaltou. "À medida que o negócio cresce, a presença masculina é maior, mesmo que pesquisas internacionais mostrem que empresas geridas por mulheres são mais lucrativas."

Um desses estudos é o do Peterson Institute for International Economics, lançado em fevereiro deste ano, que teve como base 22.000 empresas de 91 países. A pesquisa mostra que os negócios que aumentaram a presença feminina em até 30% em cargos de alta hierarquia viram um crescimento de 15% em sua rentabilidade.

No entanto, cerca de 60% não têm mulheres em seus conselhos e menos de 5% têm um CEO mulher.

Marianne observa que o machismo, em diferentes aspectos, passa despercebido. "A campanha vem para provocar a reflexão. Não é normal dizer 'só podia ser mulher'. As pessoas não param para pensar nisso."

O grupo também está formando parcerias e a primeira confirmada foi com a Womanity Foundation, que irá ativar sua rede no Brasil e no mundo.

"Quando fechamos a parceria, nos demos conta que vamos ter que traduzir tudo, a hashtag", conta Marianne. "Vamos ganhar o mundo. A consciência das pessoas é o primeiro passo."

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