Folha de S. Paulo


Diálogos Transformadores: é possível conciliar combate ao desmatamento com progresso econômico

Primeira parte do evento Diálogos Transformadores sobre Boas Práticas no Combate ao Desmatamento

Seis especialistas reunidos nesta quarta-feira (18) na primeira edição do Diálogos Transformadores de 2016 apontaram uma série de desafios para o combate ao desmatamento no Brasil.

Entre as boas práticas destacadas no evento, transmitido ao vivo pela "TV Folha, estão o incentivo à produção e disseminação de conhecimento e tecnologia, além da valorização e da monetização de serviços ambientais para manter a floresta em pé, de forma que desenvolvimento econômico e sustentabilidade caminhem juntos.

A iniciativa foi promovida pela Folha, em parceria com a Ashoka, uma das maiores redes sociais de empreendedorismo do mundo, e contou com o apoio da Unilever.

Na primeira parte do encontro, foram entrevistados Sergio Leitão, do Instituto Escolhas e ex-Greenpeace; Suzana Pádua, do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicas); e Elizabeth de Carvalhaes, da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

Em seguida, promoveu-se um debate com a participação de Rodrigo Castro, da Associação Caatinga; Ana Cristina Barros, ex-secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; e Aline Tristão, da FSC Brasil.

Para Leitão, fundador do Instituto Escolhas e ex-Greenpeace, são três os obstáculos para se chegar ao desmatamento zero no país: o grande volume de exigências burocráticas, o combate insuficiente às práticas ilegais e a defasagem tecnológica.

Pádua, empreendedora social à frente do Instituto Ipê, por sua vez, aposta no poder da comunicação para produzir uma mudança de mentalidade. "Nós, ambientalistas, falamos no negativo, dizemos que o mundo vai acabar. Isso cria um bloqueio nas pessoas. É preciso levar o leitor a imaginar o mundo solucionado."

Já Carvalhaes, que representa o florescente mercado da indústria de florestas plantadas, diz acreditar que é essencial unificar a conversa e o entendimento mesmo entre participantes com objetivos distantes.

Ela cita como exemplo a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, projeto formado por 130 empresas, organizações e indivíduos interessados em promover a sustentabilidade. "A sociedade tem que dialogar e se unir. É ela que vai demandar do governo e das empresas o cumprimento dos compromissos assumidos."

Na sequência do encontro de duas horas no auditório da Folha, em São Paulo, foram apresentados dois casos inspiradores: o de Ricardo Cardim, botânico fundador da Amigos das Árvores de São Paulo, e o de Jerônimo Villas-Bôas, fundador do Kambôas Socioambiental.

Ricardo trouxe a vegetação nativa de volta às cidades com seu projeto "florestas de bolso", "para que o homem urbano possa entender a importância daquilo para a sua vida e para o futuro do país".

Jerônimo apostou na polinização por abelhas para estimular a reprodução das plantas e, por consequência, a geração de sementes e frutos.

Ao final do evento, Sérgio Leitão afirmou que "o debate mostra que é possível criar um entendimento positivo sobre proteção florestal, meio ambiente, economia e desenvolvimento".

O conteúdo da iniciativa será transformado em minidocumentário e integrará a websérie Diálogos Transformadores. O primeiro episódio, sobre reciclagem, já está disponível em canal exclusivo.

A segunda edição do ano acontecerá em setembro e terá como tema o empoderamento feminino.

Assista à segunda parte do evento:

PARTE 2

Segunda parte do evento Diálogos Transformadores sobre Boas Práticas no Combate ao Desmatamento


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