Folha de S. Paulo


SP se destaca como incubadora de economia colaborativa no Brasil

Por ser ambiente de encontro entre empresários e a segunda cidade das Américas com maior número de sedes de multinacionais, a capital paulista é considerada o principal polo criativo brasileiro, segundo Flávio Azevedo, sócio da GIG (Global Intelligence Group), realizadora do Guia São Paulo Cidade Colaborativa 2015.

A pesquisa, lançada na manhã desta sexta-feira (28), na ESPM, reúne cem projetos de compartilhamento disponíveis em São Paulo e é a primeira elaborada no Brasil para entender o fenômeno da economia colaborativa.

O setor reúne empresas conhecidas, como a plataforma de anúncio de acomodações Airbnb e o polêmico Uber. Para descobrir que economia é essa e como o público se relaciona com ela, um cruzamento entre cada uma das cem empresas e seus seguidores no Facebook foi executado nos dias 24 e 25 de agosto.

Market Analysis para Guia São Paulo Cidade Colaborativa 2015
GIG, ESPM e Catraca Livre realizam levantamento inédito sobre economia colaborativa em São Paulo
GIG, ESPM e Catraca Livre realizam levantamento inédito sobre economia colaborativa em São Paulo

A conclusão são quase 15 milhões de manifestações positivas e uma representação de 38,22% no universo de brasileiros que curtem pelo menos uma página, segundo a Market Analysis, que realizou o levantamento.

Também descobriu-se que 20% dos brasileiros já ouviram falar de consumo colaborativo ou compartilhado, proporção que aumenta junto com a escolaridade e renda.

Entre os cinco que mais tiveram curtidas e seguidores estão Geekie –o vencedor do Prêmio Empreendedor Social da Folha de 2014 obteve 3 milhões–, Uber (2,4 milhões) e Airbnb (2 milhões).

O Guia foi dividido em dez categorias: serviços (com maior representatividade), educação, consumo, moradia, meio ambiente, mobilidade, ONGs e poder público, cultura, alimentação e trabalho e coworking.

SAÍDA PARA CRISE

Essas empresas, segundo Azevedo, representam uma saída em cenário de dificuldade financeira como o atual. "O Airbnb possui valor de mercado de uma grande rede hoteleira. Daria para imaginar uma empresa como essa pouco tempo atrás?", indaga.

Para ele, o surgimento cada vez maior desses empreendimentos –por exemplo, dez dos 13 projetos de ONGs e poder público foram criados nos últimos cinco anos– justifica-se por dois fatores: tecnológico e econômico.

"A tecnologia proporciona a colaboração mais rápida e automática", explica. Já a situação econômica exige que soluções sejam criadas para ultrapassar as dificuldades, como o melhor aproveitamento de imóveis e veículos.

Acima de tudo, porém, está o fato de o "ser humano ser colaborativo por essência. As cooperativas de trabalho existem há séculos", afirma Azevedo.


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