Na noite desta terça-feira (2), se consagraram vencedores da décima edição do Prêmio Empreendedor Social o arquiteto Claudio Sassaki, 40, e o administrador Eduardo Bontempo, 30, fundadores da Geekie.
A Geekie é uma plataforma de educação adaptativa capaz de personalizar planos de estudos a partir de uma análise de desempenho do aluno. Assim, a tecnologia aponta quais são as falhas do estudante e o direciona para lições específicas que supram suas necessidades.
"Agradeço a todos os finalistas, à Folha e à Fundação Schwab por incentivarem o empreendedorismo social no Brasil. Isso é muito difícil no dia a dia e nos incentiva para continuar lutando", afirmou Sassaki ao receber o prêmio.
| Ciete Silverio/Folhapress | ||
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| Da esq. para a dir., Cláudio Sassaki e Eduardo Bontempo, da Geekie, e Hilde Schwab, da Fundação Schwab, durante cerimônia do Prêmio Empreendedor Social na noite de terça, 02/12 |
"O problema da educação é gigantesco. Não seremos salvadores da pátria, mas vamos continuar lutando para que mudanças aconteçam", complementou Bontempo. "Só a educação pode mudar vidas, ela mudou a minha", diz.
Com o Geekie Games, o carro-chefe da empresa social, estudantes de todo o Brasil têm acesso ao serviço on-line e gratuito com conteúdos de preparação para o Enem. Já com a Geekie Teste, os estudantes fazem simulados do exame, o que funciona como um diagnóstico da aprendizagem.
A dupla doa esses serviços para uma escola pública a cada escola particular que paga pelos produtos.
Os empreendedores ficaram amigos quando trabalhavam em um banco na capital paulista e perceberam um grande interesse em comum: a educação.
Sassaki tinha cursado mestrado em educação na Universidade Stanford e Bontempo estudou tecnologias para educação no MIT. Os dois decidiram abandonar a carreira na área financeira e investir as economias no promissor mercado da educação. Para que isso desse certo, convocaram um time composto por engenheiros de computação formados pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e, assim, a Geekie nasceu.
Em três anos no mercado, os empreendedores chegaram a 20 Estados brasileiros, em 500 escolas, atingindo 3,1 milhões de estudantes com a ferramenta.
"Só 10% dos alunos que concluem o ensino médio têm o nível esperado em português e matemática. São eles que criarão o Brasil amanhã. E foi isso que nos motivou a largar nossas carreiras e acreditar que poderíamos fazer algo de impacto para qualquer pessoa no país usar, mesmo aquelas sem recursos", disse Sassaki durante discurso de agradecimento.
Com o prêmio, os dois empreendedores ganharão visibilidade e integrarão a Rede Folha de Empreendedores Socioambientais e a Rede Schwab de Empreendedores Sociais, o que possibilitará a participação em eventos internacionais, como o Fórum Econômico da América Latina, além receberem bolsas de estudos no exterior.
Surpreso com a vitória, Bontempo diz que a responsabilidade da Geekie aumentará agora que passa a representar a Folha e a Fundação Schwab. "Não vamos descansar um minutor sequer", afirma.
Os vencedores do Prêmio Empreendedor Social e Empreendedor Social de Futuro foram escolhidos por um júri composto por Hilde Schwab, presidente do conselho da Fundação Schwab; Maria Cristina Frias, jornalista, MBA em finanças e colunista da Folha; Cybele Oliveira, vencedora do Prêmio Empreendedor Social; José Vicente, advogado e reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares; Antonio Moraes Neto, administrador, sócio e cofundador da Vox Capital; Willian Ling, empresário e diretor do Instituto Ling; Anna Maria Peliano, socióloga, especialista em pobreza e pesquisadora do Ipea. Juntos, eles avaliaram critérios como perfil, inovação, sustentabilidade e impacto social, entre outros.
Uma centena de projetos foram inscritos na décima edição do Prêmio Empreendedor Social.
Leia nesta quarta-feira (3), na Folha, caderno especial sobre os finalistas da edição deste ano.