Folha de S. Paulo


Em parceria com Harvard, FGV terá centro de inovação educacional no Rio

Em parceria com Harvard, a FGV (Fundação Getulio Vargas) inaugura na próxima segunda (28) um centro de inovação em políticas educacionais de aprendizagem no Rio de Janeiro.

O Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE) funcionará dentro da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), da FGV-Rio, e também terá apoio do Instituto Brookings, um centro de estudos americano. O objetivo da nova unidade é a formação professores, a qualificação da primeira infância, equidade e personalização dos processos de aprendizagem.

"Esse é um sonho antigo meu. O centro vai ajudar na idealização, no planejamento de políticas educacionais inovadoras, como formação de docentes e gestores, além de aconselhar prefeitos e governadores em política educacional", disse Cláudia Costin, diretora-presidente do CEIPE.

Além de Costin, que ainda atua como professora visitante na Faculdade de Educação da Universidade de Harvard, o centro também será coordenado por Rafael Parente. "Queremos assessorar no desenho e implementação de políticas efetivas que consigam qualificar e garantir o desenvolvimento pleno das crianças e o direito à educação de qualidade", destaca Parente.

Bruno Santos/ Folhapress
Cláudia Costin, diretora-presidente do CEIPE
Cláudia Costin, diretora-presidente do CEIPE

Para Flávio Vasconcelos, diretor da FGV-Ebape, a criação do centro vai fortalecer a capacidade da instituição de impactar mais diretamente as políticas públicas. "Sua inserção num ambiente de grande circulação de estudantes e pesquisadores permitirá a construção de uma conexão mais íntima do conhecimento adquirido com a sua aplicação às necessidades prementes do país."

O Brasil, lembra Costin, é apenas o 58º colocado em um ranking de 65 países avaliados pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), a pedido da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

"A qualidade de educação no Brasil ainda continua muito ruim. Basicamente as crianças não aprendem o que deveriam e há muita desigualdade no processo de ensino. O centro dentro de uma universidade vai se beneficiar de ter vários alunos em mestrado e doutorado em políticas públicas."

Menos de 10% dos jovens que concluem o ciclo de educação básica e obrigatória no Brasil adquirem os conhecimentos e desenvolvem as competências e habilidades mínimas necessárias para a vida de cidadãos brasileiros, mostram dados do Observatório do Plano Nacional de Educação.

"Em todas as avaliações oficiais, nacionais e internacionais, nossos resultados são preocupantes. O Brasil figura em posições incompatíveis com o seu estágio de desenvolvimento", aponta Costin, que pretende com o centro semear boas práticas e tornar mais visíveis experiências inovadoras para mostrar o que tem funcionado no mundo, principalmente na educação infantil.


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