Escola símbolo das ocupações, o Colégio Estadual do Paraná foi desocupado nesta segunda-feira (07), um dia após a realização das provas do Enem.
Uma oficial de Justiça, integrantes de comissões da Ordem dos Advogados do Brasil e membros da Defensoria Pública chegaram ao maior colégio público do Estado por volta das 18 horas para cumprir a ordem de reintegração de posse da instituição. O colégio permaneceu ocupado por um mês.
Segundo balanço da Secretaria da Educação do Paraná, até a manhã desta segunda-feira (7) eram 55 os colégios ocupados no Paraná, sendo 19 em Curitiba. Ainda conforme a pasta, mais de 700 escolas já foram desocupadas em todo o Estado.
A reintegração de posse do colégio estadual ocorreu de maneira pacífica. Antes mesmo de a comissão chegar ao local para cumprir a ordem judicial, parte dos 60 alunos que estavam no colégio já estavam arrumando seus pertences para deixar o prédio.
Alguns saíram da escola com mochilas, carregando roupas, cobertores e panelas. Os estudantes protestavam contra a reforma do Ensino Médio e contra a PEC que estabelece teto de gastos do governo, propostas pelo governo Michel Temer (PMDB).
O Colégio Estadual possui 5.000 alunos e foi um dos 44 colégios que tiveram reintegração de posse determinada na quinta-feira (3) em decisão liminar da juíza Patrícia de Almeida Gomes Bergonse, da 5.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.
VISTORIA
Após a desocupação, foi realizada uma vistoria no espaço, que durou cerca de uma hora e meia. "Tudo ocorreu de forma tranquila. Nenhum dano ou sinal de vandalismo foi registrado. Não houve oposição alguma dos alunos", afirmou o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB, Alexandre Salomão. As aulas serão retomadas na quarta-feira (9).
Para Fabiano Stoiev, pai de uma das alunas que participou da mobilização, a reintegração de posse é processo natural. "A reintegração faz parte, não tem como permanecer para sempre. O mais importante é o que o recado foi dado. O estado precisa olhar para a educação", afirma.
NATAL
No último domingo (6), cerca 30 de alunos que ocupavam o prédio saíram da instituição para prestar o Enem em outros locais de prova. A escola, que seria sede do Enem, teve as provas adiadas.
A Secretaria da Educação informou, por nota, que cada escola que foi ocupada terá que elaborar uma proposta de reposição para cumprir os 200 dias letivos e 800 horas/aula previstas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
A orientação é que sejam utilizados os sábados disponíveis até o final do ano, e o período de 22 a 28 de dezembro, que seria de recesso.