Folha de S. Paulo


Enem 2016 tem 30% de abstenções, maior índice em sete anos

O índice de abstenção no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2016, de 30%, é o maior desde 2009, quando a taxa ficou em 37,7%, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) neste domingo (6).

Segundo o governo, dos 8.356.215 inscritos que realizariam a prova neste fim de semana, 2.507.596 não foram fazer o Enem. Amazonas foi o Estado com maior número de abstenções, e o Piauí, com o menor.

A secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Castro, disse que a variação da abstenção está "dentro da margem de erro". "Está seguindo tendência histórica", afirmou. Desde 2010, no entanto, o índice não chegava a 30%.

De acordo com o governo, 768 participantes foram eliminados devido a descumprimento de regras, como chegar atrasado e não portar caneta preta, por uso do detector de metais e por recusa do recolhimento biométrico.

Nos dias 3 e 4 de dezembro, o Inep prevê que mais 271.033 alunos farão as provas. Esses inscritos não puderam fazer o Enem neste fim de semana devido a ocupação em escolas e universidades. O custo adicional deve ser de cerca de R$ 15 milhões, de acordo com o governo.

SUCESSO

O ministro da Educação, Mendonça Filho, classificou a realização das provas como "sucesso absoluto", ao considerar as dificuldades geradas pela ocupação de escolas e universidades.

"Diante do quadro que acompanhamos nos últimos dias, eu diria que foi um sucesso absoluto o Enem 2016. Temos que contextualizar", disse.

Questionado sobre a situação de alunos de duas escolas, no Distrito Federal e no Pará, cujos inscritos receberam mensagens de adiamento da prova mas foram surpreendidos com a realização do exame, Mendonça Filho disse que foi uma "falha mínima".

"É logico que gera desconforto, mas [...] é algo absolutamente aceitável diante do quadro vivido", disse.

Enem 2016

Na manhã deste sábado (5), alunos que fariam a prova no Cemab (Centro de Ensino Médio Ave Branca), no Distrito Federal, e na Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará), em Santarém, receberam mensagens que informavam sobre o adiamento da prova. O Enem, no entanto, foi aplicado nesses locais.

Segundo o Inep, os coordenadores informaram o governo que as escolas estavam ocupadas e as mensagens de adiamento foram disparadas.

Nessas duas escolas, os alunos que fizeram a prova neste sábado (5) deverão comparecer no domingo (6) para fazer a segunda etapa. Aqueles que não foram aos locais de prova, devido às mensagens recebidas, poderão fazer as provas nos dias 3 e 4 de dezembro.

O ministro afirmou que "o direito de qualquer um recorrer à Justiça é básico, constitucional", ao ser questionado sobre a possibilidade de judicialização. Ele destacou, no entanto, que a dificuldade de realização de provas em alguns locais não foi "vontade do governo".


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