Folha de S. Paulo


Professores protestam em frente da casa de Doria, no Jardim Europa

Professores protestam em frente à casa de Doria

Na manhã deste sábado (15), Dia do Professor, cerca de 60 professores se reuniram em frente à casa do prefeito eleito João Doria (PSDB), no Jardim Europa, zona oeste de São Paulo, para protestar contra as propostas para a área educação.

Os professores, que passaram em concurso no ano passado, pedem para serem nomeados. Eles temem não assumir o cargo porque o plano anunciado por Doria visa, entre outros pontos, ampliar vagas de ensino infantil apenas por meio de unidades conveniadas e não criadas de forma direta pela prefeitura.

Deitados no chão e com bexigas nas mãos, ato que batizaram de "deitaço", eles entoaram palavras de ordem como "ora, ora, ora, me chama agora Doria". Os educadores também cantaram, ao longo do protesto, músicas infantis –como "Borboletinha".

O evento foi marcado por meio das redes sociais chamando para uma "manifestação pacífica que visa fortalecer a chamada de todos os concursados pela prefeitura, garantindo os direitos dos professores aprovados. Bem como a realização de futuros concursos".

O assessor de Doria, Paulo Mathias, foi ao local para conversar com os manifestantes. Com um microfone, levado pelos manifestantes, ele fez elogios à categoria e disse que na segunda-feira (17) a equipe de transição de João Doria vai receber representantes do movimento. Um escritório foi montado na praça da Sé.

Mathias também falou que estava lá para reforçar com os professores que a gestão Doria será voltada ao diálogo. "A reivindicação de vocês é mais do que justa. Isso não é uma luta, isso é o exercício da democracia", afirmou.

As líderes do movimento se disseram satisfeitos com o ato, mesmo sem falar com o próprio prefeito eleito que está, segundo seus funcionários, em viagem internacional. Os professores mantêm uma página nas redes sociais com suas demandas que se chama #mechamaqueeuvouHaddad. "Agora, vamos ter que trocar de nome, para 'me chama Dória'", disse Débora Zuk Carvalho.

A atividade, acompanhada pela PM, terminou sem nenhum incidente. "Obrigado por vocês terem vindo", agradeceu a professora Maria Regina Machado Alves aos poucos jornalistas que cobriram o evento.

CICLISTAS

É o segundo protesto realizado em frente a mansão de Doria. Na quarta (5), cerca de 50 ciclistas fizeram uma manifestação pacífica pedindo que o empresário não suspenda o programa de ampliação de ciclovias na cidade e que mantenha os limites de velocidade nas marginais.

O tucano disse durante a campanha eleitoral que aumentará a velocidade nas marginais —hoje em 50 km/h nas vias locais após programa de redução de limites feito pelo prefeito Fernando Haddad (PT)— assim que assumir o comando da cidade.

A "bicicletada" ou "pedalada pacífica" percorreu as ruas Padre João Manoel, Oscar Freire, Alameda Casa Branca, Canadá, França e Itália, onde o futuro prefeito mora. Já na porta da casa de Doria, eles acionaram os sinos das bicicletas e tocaram a campainha. Para encerrar o ato, os ciclistas se deitaram no chão para simbolizar os mortos no trânsito e gritaram: "vai ter ciclovia".


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