Folha de S. Paulo


Para se dar bem no vestibular, aluno deve ir além dos livros obrigatórios

Se considerarmos apenas os vestibulares da USP e da Unicamp, os candidatos a uma vaga nas duas universidades precisarão ler, no mínimo, 15 livros durante a sua preparação -as obras de leitura obrigatória vão de Machado de Assis ao moçambicano Mia Couto, de antologias de poemas a peça de teatro.

"Mas ler apenas os livros que 'vão cair' não basta para obter um bom resultado nas provas", afirma Eduardo Calbucci, supervisor de português do Anglo.

A recomendação de professores e cursinhos é que o aluno faça uma seleção de textos que não são exigidos pelos vestibulares e desenvolva um cronograma diário de leitura.

Vale tudo: poema, artigo, romance, conto, história em quadrinhos. "Desde que seja bem escrito. Só assim você aumenta o seu repertório e ganha bagagem para entender uma questão, interpretar um texto e ter referências na hora de escrever a redação", diz Heric Palos, coordenador de português do Etapa.

Uma boa maneira de começar é ler diariamente os jornais, dizem os professores. Principalmente editoriais e artigos de opinião, que costumam ter uma preocupação maior com o estilo e, invariavelmente, fazem o aluno concordar e discordar de argumentos usados -habilidade fundamental na hora de produzir uma redação.

Com o hábito de leitura já estabelecido, o próximo passo é começar a escolher diferentes livros, sejam eles clássicos ou de autores contemporâneos, de qualquer gênero. O importante é que a obra gere esforço intelectual e reflexão, algo que sempre é cobrado nos grandes exames.

"Leitura tem que ser diária, como estudar uma disciplina qualquer. Além disso, não é só se preocupar com o conteúdo. É preciso dissecar como o autor escreveu, quais foram os argumentos utilizados, entender a forma do texto", diz Palos. E importante: não fazer isso à noite, antes de dormir, para não correr o risco de pegar no sono.

"Se começar hoje a ler três ou quatro páginas por dia, o estudante consegue terminar um livro inteiro até os vestibulares", diz Calbucci.

Nesta página, há indicação de dez obras sugeridas por professores e pela Folha, divididas entre ficção e não ficção. Longe de ser obrigatória, a seleção propõe um ponto de partida para o aluno conhecer diferentes livros.


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