Folha de S. Paulo


Programas de gestão escolar precisam ser testados, dizem especialistas

Seminário internacional Gestão Escolar

Medir o real impacto das práticas de gestão escolar é essencial para a escolha das ações que trazem os melhores resultados na aprendizagem do estudante. As evidências também auxiliam
no ajuste de condutas para potencializá-las.

Essa é a conclusão de especialistas que participaram de um debate sobre os dados gerados após a implantação do projeto Jovem de Futuro, mantido pelo Instituto Unibanco e por secretarias
estaduais de educação.

O debate faz parte do seminário internacional Gestão Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e pela Folha, com apoio do Insper, nesta quinta-feira (15) no Teatro Cetip, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Bruno Santos/Folhapress
São Paulo, SP, BRASIL - 15-09-2016: EDUCAÇÃO - Primeiro dia do seminário internacional Gestão Escolar, promovido por Folha e Instituto Unibanco. Na foto (esq p dir): Ministro da Educação Mendonça Filho, Pedro Moreira Salles -do Instituto Unibanco e aria Cristina Frias da- Folha de S.Paulo. Na foto (esq p dir): Ricardo Paes de Barros - Instituto Ayrton Senna / Insper e Ricardo Henriques -do Instituto Unibanco. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** SUP-ESPECIAIS *** EXCLUSIVO FOLHA***
Ricardo Paes de Barros (esq) e Ricardo Henriques durante mesa de debate no 1° dia do seminário

O projeto Jovem de Futuro, que já foi levado para 400 escolas de dez Estados do país nos últimos oito anos, inclui a formação de técnicos de secretarias, lideranças regionais, supervisores e gestores escolares para as diferentes dimensões da gestão educacional.

Os resultados foram analisados por Ricardo Paes de Barros, economista do Instituto Ayrton Senna, em apresentação durante o evento.

Após a realização de 141 experimentos de comparação entre escolas que receberam ou não o projeto, o desempenho dos alunos das escolas participantes no fim do ensino médio foi aproximadamente cinco pontos maior que a média nacional para proficiência em matemática na escala do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).

O aluno deveria aprender durante os três anos do ensino médio, na escala do Saeb, aproximadamente 40 pontos, mas aprende em média cerca de 16 pontos, segundo o economista.

De acordo com Barros, o ganho que esses jovens tiveram em aprendizado é o equivalente ao que um aluno aprende em quase um ano de ensino médio. "Os resultados evidenciam o impacto
positivo que o Jovem de Futuro teve nessas escolas", diz o economista.

Para Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, que também participou da apresentação, o monitoramento das práticas de gestão mostra o que funciona e o
que precisa ser mudado, além de gerar ações novas mais eficientes.

"As boas práticas de gestão se traduzem em uma escola de melhor qualidade", afirma. "Para conhecermos as melhores ações, no entanto, devemos submetê-las ao teste e saber se fazem
sentido".

"As evidências mostram os caminhos para viabilizar as soluções que precisamos e ajudam a garantir o sucesso do aluno na aprendizagem", concluiu Henriques.


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