Folha de S. Paulo


USP vai ampliar uso do Enem na seleção de alunos no vestibular 2017

Fernando Donasci - 16.jan.2014/Folhapress
Vista aérea da USP (Universidade de São Paulo)
Vista aérea da USP (Universidade de São Paulo)

Duas unidades da USP (Universidade de São Paulo) já decidiram ampliar o número de alunos a serem selecionados com a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

A ECA (Escola de Comunicação e Artes) irá reservar parte das vagas pela primeira vez no próximo ano e a Esalq (Escola Superior de Agricultura) aumentou o número de vagas direcionadas.

A adoção do Enem como forma de seleção, em paralelo ao vestibular da Fuvest, é uma aposta da USP para aumentar a inclusão de alunos de escola pública na instituição. A medida foi iniciada no último processo seletivo, mas a proporção de inclusão ficou abaixo do esperado. No último processo seletivo, 34,6% das vagas da USP foram preenchidas por alunos de escola pública.

Todos os cursos de comunicação da ECA (Educomunicação, Biblioteconomia, Jornalismo, Editoração, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Turismo) vão oferecer vagas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Das 270 vagas disponíveis, 83 serão incluídas no sistema.

Dessas 83 vagas, 29 serão destinadas para estudantes de escola pública, independente da cor de pele, e outras 34 exclusivamente para candidatos PPI (pretos, pardos e indígenas). A adesão da ECA ao Enem foi noticiada nesta quinta-feira (16) pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

O número de vagas no Sisu corresponde a 30,7% do total de cadeiras desses cursos. Esse limite já havia sido decidido no ano passado pela USP para entrada no sistema de seleção pelo Enem. Cabe às unidades reservar um porcentual de vagas que não supere esse porcentual.

Os cursos de artes da ECA (Audiovisual, Artes Cênicas, Artes Visuais e Música) não farão parte do processo. O ingresso para essas carreiras continua pela Fuvest.

No último processo seletivo, a ECA não havia separado nenhuma vaga para o Sisu. Outros cursos tradicionais, como Economia e Medicina, também haviam ficado de fora. Até agora essas unidades não decidiram.

AMPLIAÇÃO

A Esalq havia destinado no ano passado 56 vagas em três cursos no Sisu. Por definir uma nota de corte muito alta no Enem, nenhuma vaga foi preenchida pelo sistema. Para o próximo ano, a unidade decidiu que vai colocar no sistema 84 vagas em seis cursos.

Essas oportunidades representam 20% das vagas dos cursos de Ciências Econômicas, Ciências dos Alimentos, Ciências Biológicas, Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal e Gestão Ambiental. Das 84 vagas no Sisu, 25 serão somente para alunos de escola pública ou PPI. O restante entrará na ampla concorrência.

"Ficamos ansiosos para que os alunos nos procurem e com certeza nos tragam também um enriquecimento cultural", declarou o diretor da ESALQ, professor Luiz Gustavo Nussio, em nota da instituição no site da faculdade.

A USP pretende alcançar em 2018 o mínimo de 50% de alunos de escola pública no vestibular. O pró-reitor de Graduação, Antônio Carlos Hernandes, já declarou que se não houver alta na inclusão no próximo vestibular, a universidade deve avançar para medidas mais profundas, como a adoção de cotas.

No ano passado, 1489 vagas da USP, de um total 11.057, foram para o Sisu. O que representou 13%.


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