Folha de S. Paulo


Professores apontam falhas comuns no vestibular; veja como superá-las

Muitas vezes considerada mais fácil pelos vestibulandos, a área de ciências humanas, que engloba história e geografia, também pode complicar a vida do estudante que não se preparar adequadamente.

Professores ouvidos pela Folha apontam erros frequentemente cometidos por candidatos tanto durante os estudos quanto na realização dos exames dessa área, sejam os de questões dissertativas ou os tipo teste.

Rodrigo Fulgêncio Mauro, coordenador do cursinho Poliedro, chama a atenção para uma falha recorrente: a de negligenciar a prática, ficando apenas na teoria.

"Os estudantes normalmente só querem estudar teoria, que é ler o livro, grifar as partes importantes e fazer um resumo", diz o professor. Ele considera isso insuficiente. "Quando o aluno estuda assim, ele apenas copia o texto. É um processo que não tem como errar", afirma.

Para Mauro, é errando que o vestibulando aprende a identificar suas dificuldades, daí a importância de resolver —e errar— muitos exercícios.

Já na prova em si, um problema que se repete é a resposta muito confusa para uma questão dissertativa.

"Falta nos textos a clareza, a operação de transformar uma pergunta numa resposta correta. É uma dificuldade intrínseca à história e à geografia. O aluno tem uma deficiência nisso porque não tem o hábito da leitura nem o da escrita, então o texto tende a ser 'fraquinho'", diz Gianpaolo Franco Dorigo, supervisor de história do Anglo Vestibulares.

O coordenador do Poliedro concorda, e aponta outro erro comum na solução de perguntas discursivas, que aumenta esse efeito "confusão": a falta de objetividade, a dificuldade em ser "pragmático, suscinto e direto", respondendo apenas aquilo que foi perguntado no enunciado.

"Os alunos querem colocar tudo que sabem sobre o tema e acabam se esquecendo de focar no conteúdo do enunciado. Querem mostrar que sabem mais do que foi pedido e acabam perdendo toda a questão", afirma.

TESTES
Nas questões tipo teste, Dorigo afirma que às vezes o vestibulando compreende a matéria como um simples encadeamento de causas e consequências, sem perceber um processo mais amplo, de relações entre diversas esferas da atuação humana, como o econômica, a social, a cultural e a política.

"Muitas vezes, uma questão de vestibular pede justamente a capacidade de relacionar essas esferas, e aí o aluno se atrapalha todo", diz.

Fulgêncio, por sua vez, recomenda atenção máxima aos detalhes e às sutilezas de cada alternativa apresentada. Além disso, atenta para a necessidade de saber ler gráficos e tabelas (o que demanda estudo prévio), que aparecem muito nas questões de ciências humanas.

Ao aluno que tem dificuldades na área como um todo, recomenda-se que ele estude o tipo de prova da instituição pretendida, para se familiarizar com o estilo das questões. Um bom jeito de estudar é ler com atenção as provas dos anos anteriores.

O QUE MAIS CAI
Conheça os assuntos comuns de cada matéria:

Matemática
Geometria (plana
e espacial)
Razão e proporção
Porcentagem
Estatística
Funções
Sequências (progressão aritmética e progressão geométrica)

Biologia
Ecologia
Fisiologia animal
Fisiologia vegetal
Fisiologia celular
Genética
Evolução

História
História contemporânea
Brasil República
Brasil Colônia

Geografia
Espaço urbano
Espaço agrário
Questões ambientais
População
Dinâmica da natureza e sua consequência na construção do espaço geográfico
Conflitos e tensões mundiais
Globalização

Português
Interpretação de texto
Obras obrigatórias
Semântica
Escolas literárias
Leitura de textos não verbais (imagens, charges)

Física
Trabalho e energia
Eletrodinâmica
Cinemática
Calorimetria
Ótica geométrica
Dinâmica e leis de Newton

Química
Cálculos estequiométricos
Equilíbrio químico
Soluções
Classificação/nomenclatura e reconhecimento de funções
Reação e características de compostos orgânicos

Fonte: Rodrigo Fulgêncio Mauro, coordenador do Poliedro


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