Folha de S. Paulo


Planejamento e gestão de tempo são essenciais na preparação para o exame

Para ser aprovado no vestibular, não basta ter conteúdo: é preciso estar treinado. E pronto para concluir a prova na hora certa.

A organização do tempo, nos estudos como nos exames, é um grande desafio enfrentado por vestibulandos.

"As escolas cometem o erro de dar mais tempo para os alunos terminarem as provas no ensino médio. No vestibular, não acontece", diz Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo.

Para ter uma ideia, cada questão do vestibular deve ser resolvida em três minutos —considerando-se o exame "padrão", com 90 questões de múltipla escolha e duração de cinco horas. Se o aluno perder dez minutos em uma questão difícil, vai consumir o tempo de solução de ao menos outras duas.

A melhor forma de treinar o tempo é fazer simulados. Em cursinhos tradicionais, esses exames acontecem, em média, uma vez ao mês.

Mas o aluno também pode refazer vestibulares antigos por conta própria.

Uma técnica aprendida nos simulados é a sinalização das questões difíceis. O estudante faz primeiro as questões fáceis e marca as mais complexas. Se sobrar tempo no final, ele deve eleger para quais, entre as questões difíceis, vai tentar achar as respostas.

Simulados têm outra vantagem: o diagnóstico do desempenho. Com os erros e acertos, o candidato percebe quais temas domina e em quais ele derrapa.

"Os alunos tendem a estudar as disciplinas que têm mais facilidade", explica a psicóloga Clarisse Zamith, da Pró-Estudo, especializada em orientação de alunos.

Para organizar o tempo de estudos diariamente, uma dica é começar pela resolução de uma questão de um simulado ou de um vestibular recente. "A questão funciona como guia para conduzir leituras e pesquisas", diz o psicólogo Saulo Missiaggia Velasco, da Pró-Estudo.

Outra orientação para o estudo diário é partir das áreas mais difíceis para o aluno e terminar com as mais fáceis.

Esse planejamento geralmente não é aprendido nas escolas. Recentemente, algumas passaram a incluir a atividade na rotina dos alunos.

O colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo, oferece desde 2015 orientação de estudos como atividade extracurricular. "Começamos a trabalhar pelo planejamento do que o aluno vai estudar no dia", diz a professora Adriana Tiziani. Sem plano, o aluno corre o risco de estudar demais o que não precisa, deixar de lado o que deveria rever e não treinar o vestibular em si.

Sim para o planejamento, não para a receita. Vale estudar ouvindo som? Vale. Tem quem se disperse com música, tem quem se concentre melhor com ela. Do mesmo jeito, há quem goste de estudar sozinho. Para outros, estar só aumenta a ansiedade.

DICAS PARA ESTUDAR:

Arranje um espaço
Um ambiente adequado ajuda na concentração. Quem se distrai facilmente deve evitar espaços com TV ligada ou entra e sai de pessoas

Elimine distrações
Identifique o que mais rouba sua atenção: TV, rede social? Então elimine esses elementos do ambiente. Deixe o celular em outro cômodo

Estabeleça metas
Evite pensar no conteúdo todo do vestibular, o que dá ansiedade; defina metas, por exemplo, um número "x" de exercícios resolvidos por dia

Pare agora
Faça intervalos a cada 30 minutos, quando sua atenção ainda está no auge, antes de chegar à exaustão

Crie recompensas
Depois de concluir o tempo de estudos do dia, faça algo de que você gosta

Tenha um diagnóstico
Faça provas simuladas e identifique temas e questões que são problema para você

Primeiro, o pior
Comece a estudar o conteúdo mais difícil para você e termine com o mais fácil

Tenha um guia
Uma pergunta de um vestibular recente pode ser usada como guia para início de estudo, inspirando pesquisas e leituras para buscar a resposta

Coma bem
Um estudo publicado na revista científica "Neurology" reforçou o que qualquer mãe sabe: alimentação tem influência no aprendizado. A dieta mediterrânea, rica em peixes, frutas e castanhas, ajuda o foco e a memória

Durma melhor ainda
A capacidade de se concentrar está ligada à qualidade do sono. Quem acorda muito durante a noite não consegue entrar em sono profundo e perde a capacidade de foco e memorização, lembra o neurologista José Renato Bauab, do Sírio-Libanês

Fonte: "Pró-estudo"


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