Ministério da Educação quer aplicar o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) para todos os concluintes de graduação. Hoje, a prova é realizada anualmente por estudantes de um grupo específico de cursos, que se repete a cada três anos.
A mudança, ainda sem data definida, será colocada em prática a partir de um exame digital, a ser aplicado em projeto-piloto em 2016, quando os cursos da área de saúde serão avaliados.
"Numa prova digital você tem muitos mais recursos e o custo é muito menor. (...) Como as instituições são obrigadas a ter laboratórios de informática, podemos exigir isso para a oferta do Enade", disse o ministro Aloizio Mercadante (Educação), em coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (18).
A partir da participação de todos os concluintes, disse, a intenção é que o exame sirva como critério de ingresso para a pós-graduação.
PORTAL OFICIAL DE DIPLOMAS
Mercadante afirmou ainda que a pasta quer mudar o cálculo do CPC (Conceito Preliminar de Curso), indicador de qualidade do ensino superior. O fluxo dos estudantes, por exemplo, poderia ser considerado no cálculo do índice.
"Uma faculdade que tem 100 alunos iniciantes, 90 concluem e tira uma nota 4 é melhor do que outra em que 100 se matriculam e só 50 concluem o curso, e também tira nota 4. Esse esforço tem que ser reconhecido pelo MEC. As instituições vão ter que ter uma atitude de não deixar estudantes para trás", disse o ministro.
A pasta estuda ainda mudança no cálculo do Enade, que representa 55% da nota final do CPC. Outros fatores como titulação dos docentes e infraestrutura também são considerados no conceito.
Hoje, segundo o presidente do Inep (instituto do MEC), Chico Soares, a fórmula de cálculo adotada pelo MEC obriga a distribuição dos alunos em todos os conceitos, de 1 a 5. "Vamos dar a nota de acordo com o desempenho que os alunos tiveram. Todas as instituições podem ter todos os seus alunos no nível mais alto", explicou. As mudanças serão debatidas em audiência pública antes de entrarem em vigor.
O ministro Aloizio Mercadante prometeu ainda que, a partir do ano que vem, o MEC vai lançar um portal para que todos os diplomas de ensino superior estejam disponíveis online. Será uma forma de o empregador confirmar a veracidade do documento. "É uma segurança contra fraudes", disse Mercadante.