Alunos que protestam contra a reorganização da rede pública paulista têm rechaçado a entrada da Ubes, entidade estudantil ligada ao PC do B, no movimento que há um mês ocupa escolas de São Paulo.
Representantes da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas foram praticamente expulsos de algumas escolas e viraram alvo de críticas na manifestação de quarta (9), que acabou em ações de vandalismo e em confronto da PM com adeptos da tática black bloc.
A Ubes enfrenta resistência do Comando das Escolas Ocupadas, grupo com representantes de estudantes que ocupavam 123 escolas até a noite desta quinta (10) -eram 196 no auge dos protestos.
No ato de quarta, alunos gritaram contra a entidade: "A Ubes não me representa". E alguns estudantes impediram que colegas colocassem uma faixa do movimento à frente da manifestação.
"A Ubes tentou tomar a frente das ocupações. Nós somos autônomos, tomamos nossas próprias decisões", diz Camilla Rodrigues, 15, aluna do colégio Fernão Dias Paes, em Pinheiros, ocupado desde o dia 10 de novembro.
O racha ocorreu no dia 4, após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar a suspensão da reorganização das escolas em 2016.
"Nesse momento importante, a Ubes recuou e incentivou a saída das escolas sem consultar o comando das ocupações", conta a estudante Mariah Alessandra, 18.
Os secundaristas reivindicam, agora, o cancelamento da reorganização escolar.
Na escola Diadema, a primeira a ser ocupada, membros da Ubes colocaram uma faixa da entidade na fachada. Os estudantes da ocupação a retiraram logo depois.
"Nosso papel nunca foi protagonizar, mas sim ajudar", diz Camila Lanes, presidente da Ubes, em evento do sindicato dos professores nesta quinta na av. Paulista.
No dia seguinte ao confronto, estudantes criticaram a atuação de black blocs no ato. Os alunos alegam que quem praticou vandalismo não fazia parte das ocupações.