Um grupo de alunos ocupam desde a madrugada desta quinta-feira (12) a escola estadual Salvador Allende Gossens Presidente, em Itaquera, na zona leste de São Paulo. A instituição será uma das 94 escolas que será fechada a partir de 2016 com a implantação do novo sistema de ciclos proposto pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
A Polícia Militar informou que os alunos ocuparam a escola por volta das 5h30 e estão dentro da unidade. Do lado de fora, os estudantes colocaram faixas e cartazes contra a proposta de reorganização dos ciclos da rede paulista de ensino. A PM informa que o ato é pacífico.
A escola atende a cerca de 494 alunos do ensino fundamenta 2 e médio e e tem apenas 26% de sua capacidade, de acordo com a Secretaria do Estado de Educação. A secretaria informou que os estudantes do ensino médio e 8º e 9º anos do ensino fundamental serão transferidos para a escola estadual Professor Francisco de Assis Pires Corrêa, que fica a 1,3 km distante da escola atual.
Já os alunos do 7º ano do ensino fundamental serão transferidos para a escola estadual Professora Maria de Lourdes Aranha de Assis Pacheco, que também fica a 1,1 km. A diretoria de ensino da região diz que lamenta a interrupção das aulas e que a PM está no local para garantir o controle e a integridade de alunos e professores. "As manifestações legítimas, desde que não desrespeitem a lei e o direito de estudar dos alunos".
O prédio da escola Salvador Allende Gossens será usado pelo Centro Paula Souza ou pela Prefeitura de São Paulo, que poderá transformá-la em creches ou pré-escolas. Essa é a terceira ocupação organizada por alunos contra a reformulação das escolas. A secretaria lembrou ainda que no próximo sábado (14) as unidades da rede estadual estarão abertas para receber pais e responsáveis para sanar eventuais dúvidas e dar todas as informações sobre o processo de reorganização das escolas.
A diretoria de ensino disse também que um boletim de ocorrência foi registrado pela direção da escola e que o Conselho Tutelar foi acionado.
Escolas de SP que serão 'fechadas' em 2016
OUTROS PROTESTOS
Na última terça (17), alunos de duas escolas estaduais, uma em Pinheiros, na zona oeste da cidade, e outra em Diadema, na Grande São Paulo, ocupam as unidades contra à reorganização feita pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Na escola de Pinheiros, Fernão Dias Paes, a ocupação entrou no terceiro dia. Do lado de fora, cerca de 50 pessoas ligadas a movimentos sociais, como o MPL (Movimento Passe Livre) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) também continuam acampados.
Na madrugada desta quinta, os estudantes publicaram uma manifesto nas redes sociais reclamando que o governo se recusa a ouvir o grupo e que a ocupação continua por tempo indeterminado. Os manifestantes também disseram que sabem da intenção do governo de pedir a reintegração de posse da escola, mas que pretendem resistir.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta (11) que o governo está disponível para conversar com os manifestantes que ocupam uma escola estadual em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A Folha perguntou a ele se governo enviará algum representante para o local, mas o tucano não respondeu.
"O secretário da Educação [Herman Voorwald] está à inteira disposição para dialogar", disse Alckmin à Folha, sem responder se ele vai determinar a ida de algum representante do governo no colégio. O governador esteve em Holambra pela manhã para inaugurar um projeto de recuperação e preservação de nascentes.
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Ao menos 20 alunos e dois professores da escola estadual Diadema, na Grande São Paulo, passaram a noite na instituição em protesto contra a reorganização. A dirigente regional de ensino de Diadema, Liane Baybr, afirmou que haverá remanejamento de alunos do ensino médio para outra escola, que fica a cerca de 50 metros da atual.
De acordo com a dirigente, eles serão transferidos para a escola Filinto Müller, que atende apenas estudantes do ensino médio. "Os alunos serão remanejados aos poucos até 2017. Quem está terminando o ensino fundamental e vai começar o médio já na nova escola. Já os alunos que estão no primeiro e vão para segundo poderão continuar na mesma escola até terminar o terceiro. Isso também acontecerá com os do segundo ano. Esse acordo já foi firmado com a secretaria", disse Baybr.