Folha de S. Paulo


Professores de SP fazem novo protesto contra mudanças na educação estadual

Um grupo de professores bloqueou vias do centro de São Paulo na tarde desta quinta-feira (29). O grupo protestou contra a reforma nos ciclos de ensino das escolas paulistas, que "fechará" 94 unidades.

Organizado pela Apeoesp (sindicato dos professores), o protesto saiu às 17h da avenida Paulista, após realização de assembleia no vão-livre do Masp. Na reunião, decidiram realizar uma nova assembleia em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no dia 10 de novembro.

O grupo caminhou, de forma pacífica, até a praça da República, onde fica a sede da Secretaria de Educação. A manifestação foi encerrada às 20h.

Além da Apeoesp, sindicatos e movimentos sociais e estudantis participam do protesto, que também pede melhorias na educação pública do Estado.

Os organizadores e a Polícia Militar não informaram a estimativa de público.

CONSERVADORISMO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta quinta a reorganização nas escolas paulistas e disse que os protestos realizados contra o "fechamento" de 94 unidades no próximo ano refletem o conservadorismo da sociedade diante de mudanças.

"É normal, natural [os protestos]. Nós, às vezes, somos muito conservadores. Sempre quando você vai mudar uma coisa há uma reação. Mas qual o objetivo [da reorganização]? É melhorar a qualidade da escola pública", disse Alckmin.

O tucano esteve em Nova Odessa, na região de Campinas (SP), pela manhã, para participar da entrega de moradias populares feitas em parceria com o governo federal. A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia por meio de uma transmissão simultânea de TV.

Reportagem da Folha publicada nesta quinta mostrou que as 94 escolas a serem fechadas registraram indicadores negativos nas últimas avaliações feitas pelos governos.

Infográfico: Desempenho das escolas 'fechadas'

De acordo com o governador, há recomendações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para a criação de escolas de ciclo único –com alunos separados por ensino infantil, fundamental e médio. A medida contribuiria para elevar os indicadores da educação.

"Nós estamos fazendo o que foi recomendado, que é o correto, que é necessário. Há um conservadorismo. A gente precisa inovar, precisa fazer aquilo, precisa explicar direitinho e fazer o que precisa ser feito", disse Alckmin. Não houve protestos no local.

Questionado se a reorganização terá continuidade –num primeiro momento, a medida provocaria a mudança de 2 milhões de alunos de escolas, mas agora ficou em 311 mil transferências, o tucano disse que primeiro seria implantada a etapa atual.

Das 94 escolas que serão "fechadas", 25 estão na capital, 30 na Grande São Paulo e 39 no interior. Segundo o governo paulista, 66 serão repassadas para a rede municipal ou serão aproveitadas pelo Estado para outras finalidades educacionais. O restante, 28, tem destino incerto.


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