Folha de S. Paulo


Instituições renomadas dão bolsas para ajudar a alunos a fazer MBA

O sonho de fazer um MBA no exterior não precisa ser abandonado por conta da alta do dólar ou do custo dos melhores cursos, em torno de US$ 60 mil ao ano.

As grandes escolas de negócios informam aos alunos que dinheiro não será o motivo pelo qual não farão parte de seus programas.

"O interessado deve se preocupar exclusivamente com sua candidatura", diz Alex Anton, consultor da TopMBA Coaching. Uma vez aprovado, o estudante informa a escola sobre sua condição financeira e, a partir daí, ela sugere quanto ele deve comprometer de recursos, quanto ela oferecerá como bolsa e quanto ele poderá emprestar da própria instituição.

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Eduardo Baer, 31, sócio da start-up DogHero, teve 50% do MBA que fez em Stanford, nos EUA, coberto por meio de bolsas e de um empréstimo da escola
Eduardo Baer, 31, sócio da start-up DogHero, teve bolsa no MBA que fez em Stanford, nos EUA

Eduardo Baer, 31, sócio da start-up DogHero, diz nunca ter visto alguém ser aceito em uma boa escola e não cursar por falta de dinheiro. Ele teve 50% do MBA que fez em Stanford, nos EUA, coberto por meio de bolsas e de um empréstimo da escola.

As bolsas foram 25% do total e foram concedidas pelas instituições brasileiras que mais apoiam alunos em MBAs no exterior: o Instituto Ling e a Fundação Estudar.

Tiago Pizzolo, coordenador da Fundação, diz que a bolsa chega no máximo a 95% do requisitado pelo aluno.

Mas muitos, segundo ele, nem precisam do dinheiro e só recorrem à instituição para se aproximar do círculo seleto de bolsistas para criar uma rede de contatos.

As instituições mais renomadas, como Harvard, distribuem bolsas entre uma parcela grande de alunos, com base em critérios socioeconômicos e crédito estudantil.

Já as escolas abaixo das cinco primeiras do mundo oferecem condições mais atraentes a um grupo menor dos melhores candidatos, como forma de alavancar suas posições nos rankings.

Diego Barros de Oliveira, 29, formado em engenharia pela Unicamp, faz MBA em Darden, nos EUA, com bolsa integral. Foi fundamental para isso seu desempenho no Gmat (Graduate Management Admission Test), prova de lógica, matemática e interpretação exigida pelas escolas de negócios.

Já Baer diz que o que mais contou para sua aceitação em Stanford foi sua adequação ao perfil da instituição. "Claro, o GMAT ajuda, mas a partir de certo patamar não serve mais como diferencial, aí é sua história que conta", diz o empresário, que escolheu Stanford pela vocação empreendedora da escola.

Recompensa

"É essencial entender particularidades das faculdades, achar a que combina com seu perfil e mostrar, de forma honesta, como você se encaixa."

As linhas de crédito das escolas compreendem também despesas com alimentação, moradia e lazer, em média, de US$ 40 mil por ano.

O estudante deve tomar cuidado com a variação do câmbio até o momento da quitação da dívida, mas há formas de ele se proteger contra a desvalorização do real com operações no mercado futuro, afirma Samy Dana, professor da FGV e colunista da Folha. As condições do empréstimo, com taxas de até 7% ao ano, são vantajosas se comparadas às praticadas no mercado. E o aluno tem até 25 anos para pagar a dívida.

EUROPA
Como as escolas europeias são menos generosas que as americanas na oferta de empréstimos, um grupo de ex-alunos da Insead (Instituto Europeu de Administração de Negócios, na sigla em francês) criou a Prodigy Finance.

A plataforma se assemelha a um financiamento coletivo, mas quem patrocina os alunos de MBA recebe seus recursos de volta com uma taxa de juros similar à praticada pelas escolas.

Ricardo Ramos, 30, financiou 80% de seu MBA na Insead com empréstimo tomado da Prodigy. "O processo é simples, tudo é via internet, e é fácil atender a documentação exigida".

Instituto Ling
www.institutoling.org.br; instituto.ling@institutoling.org.br; (51) 3533-5712

Fundação Estudar
www.estudar.org.br; contato@estudar.org.br

Prodigy Finance
prodigyfinance.com; info@prodigyfinance.com


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