Um grupo de estudantes protestou nesta sexta-feira (9) pelas ruas do centro de São Paulo contra a proposta da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de reorganizar os ciclos de ensino.
A Polícia Militar informou que dois homens foram detidos por desacato e encaminhados para o 78° DP (Jardins) –um deles era professor. Eles prestaram depoimento e foram liberados.
Os estudantes interditaram todas as faixas da avenida Paulista, na altura do Masp (Museu de Arte de São Paulo), no sentido Consolação, por volta das 8h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Às 10h10, uma parte dos manifestantes começaram a caminhar em direção à praça da República, onde fica a sede da Secretaria do Estado da Educação. A secretaria foi cercada por PMs para evitar que os estudantes invadissem o local.
"Nós não queremos conversar dentro de gabinete com o secretário, nós precisamos que o governo se manifeste publicamente, por meio de carta ou que venha aqui fora falar conosco, isso é compromisso", cobra Katu Silva, 29, um dos coordenadores da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas).
Após recusarem uma reunião com integrantes da secretaria, eles foram embora. Um outro grupo de manifestantes marcharam para a praça 14 Bis, no Bixiga, e de lá dispersaram.
"A escola pública é vista só como gasto pelo governo, isso é um desrespeito, nós não somos números, somos pessoas e queremos ir para a faculdade, ser profissional. Escola é investimento e compromisso, queremos lembrar isso ao secretário", diz Caio Guilherme Santos, 18, um dos membros da UMES.
Alguns alunos disseram que foram agredidos pela polícia e que um outro estudante teve a mochila rasgada no confronto com a PM.
Este é o segundo protesto que acontece esta semana na avenida Paulista contra a medida do governo paulista. Na terça (6), cerca de 500 estudantes do ensino fundamental e médio realizaram ato na avenida –grande parte dos alunos estudava na escola Caetano de Campos, que fica na Aclimação, região central de São Paulo.
O objetivo do governo paulista é que a maioria das unidades ofereça classes de apenas um dos três ciclos do ensino básico -anos iniciais (1º ao 5º) e finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Atualmente, cerca de um terço das escolas estaduais funciona assim. Com a mudança, uma região com três escolas para alunos de todas as séries terá uma unidade para cada etapa.
Voorwald, estima que o plano vai afetar até mil escolas e entre 1 milhão e 2 milhões de alunos. A rede tem 5.108 escolas e 3,8 milhões de alunos. A mudança deve ocorrer já a partir do ano que vem.