Folha de S. Paulo


Sesi decide reduzir ensino integral em SP e culpa crise econômica

Consideradas uma das referências de qualidade no ensino do Estado, as escolas do Sesi (Serviço Social da Indústria) deixarão de oferecer período integral aos alunos do 6º ao 9º ano do fundamental a partir de 2016.

Também haverá restrição para entrada de estudantes na 1ª série do fundamental.

Em mensagem enviada aos pais, a instituição afirma ser obrigada a fazer redução no orçamento devido à crise econômica que atinge o país.

O Sesi recebe percentual do que a indústria gasta com folha de pagamento. Com o aumento do desemprego, a verba da instituição cai.

Segundo a Folha apurou, o corte de gastos para o ano que vem será de 7%.

No caso do ensino integral, os alunos deverão perder atividades de esportes e aulas extras de ciências e de matemática, entre outras. Também não serão mais servidos almoço e lanche da tarde.

Outro corte ocorrerá nas chamadas unidades externas, em que os alunos são atendidos fora dos prédios próprios do Sesi. Em 2016, não haverá novas turmas de 1º ano do fundamental nesses locais, o que representa 1,7 mil alunos no Estado.

No total, o Sesi possui hoje 179 mil estudantes, do ensino infantil ao médio.

Nessa última etapa da educação básica, a disciplina de espanhol deixará de ser dada em aulas presenciais e migrará para opção a distância.

Em mensagem encaminhada aos pais, a instituição afirma ter ciência de que as mudanças podem atrapalhar a dinâmica das famílias, mas que elas são necessárias.

Procurada pela reportagem, a assessoria do Sesi confirmou a alteração no período integral e uma redução na carga horária do ensino médio, sem dar mais detalhes.

REFERÊNCIA

Famílias de diferentes perfis procuram o Sesi porque ele oferece ensino com qualidade compatível com a média da rede particular, cobrando valores menores.

Em 2015, a anuidade para o ensino fundamental integral foi de R$ 1,8 mil (parcelas mensais de R$ 194).

Nas eleições do ano passado, a rede de escolas foi uma das principais bandeiras do então candidato ao governo paulista Paulo Skaf (PMDB), presidente da Fiesp (entidade à qual o Sesi é vinculada).

O Sesi poderá sofrer novos cortes, pois o governo Dilma Rousseff (PT) estuda usar parte da contribuição recolhida das empresas e repassada hoje à entidade para cobrir o rombo da Previdência.

Segundo a reportagem apurou com professores do sistema da indústria, deverá haver também extinção de cursos técnicos no Senai, entidade que funciona de forma semelhante ao Sesi.


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