Folha de S. Paulo


Tudo pode ser ensinado pela tela, mas aula prática depende de supervisão

Metodologias usadas nas disciplinas práticas de EaD; Ilustrações Toni D'Agostinho

Na hora de executar o que aprendeu, o aluno de cursos práticos a distância enfrenta, ao menos, dois obstáculos: a ausência de monitoria dos professores e de acesso a diferentes tecnologias.

Como o tipo de prática varia em cada instituição, ao escolher um curso, a regra é: quanto mais metodologias oferecidas, melhor.

"Falta um pouco de prática supervisionada", diz Felipe Urbina, 47, aluno do curso superior de estética da Unopar (Universidade Norte do Paraná) e professor de cursos livres de nível médio.

"Em geral, as atividades práticas ficam restritas aos polos e a simuladores mais simples. Poucas instituições usam realidade virtual, uma área promissora, mas que ainda está no começo", diz Ivete Palange, conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância.

Karime Xavier/Folhapress
Felipe Urbina, aluno do curso de estética a distância da Unopar, durante aula
Felipe Urbina, aluno do curso de estética a distância da Unopar, durante aula

Segundo Urbina, o lado positivo da prática a distância é assistir aos vídeos das disciplinas várias vezes. "Fica tudo na internet. Depois, se temos dúvidas, podemos enviar perguntas on-line."

Para Palange, qualquer profissão pode ser ensinada a distância, mas é preciso estimular todas as habilidades.

"A prática sempre será uma atividade simulada, mesmo presencialmente. Não adianta um professor falar sozinho na sala, assim como não adianta um aluno só ver vídeos e ler em casa", diz.

A integração entre atividades presenciais e a distância é um caminho sem volta na educação, afirma Ronaldo Mota, reitor da Universidade Estácio de Sá.

"O desafio é captar o que cada uma tem de melhor. Não dá para ter um curso só presencial. Ter só atividades on-line sem interatividade também não é suficiente. As duas modalidades não podem mais ser divorciadas."


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