Folha de S. Paulo


Com única vaga disponível em bairro distante, bebê fica sem creche em SP

Marlene Bergamo/Folhapress
Maria Cleusa Ramos, que espera por vaga em creche para sua bebê em São Paulo
Maria Cleusa Ramos, que espera por vaga em creche para sua bebê em São Paulo

Mãe de cinco filhos, a dona de casa Maria Cleusa Ramos, 33, espera há meses por uma vaga para sua filha de seis meses em uma creche perto de sua casa.

Ela vive numa favela localizada no bairro de Guaianases, na periferia da zona leste de São Paulo. Quatro de seus cinco filhos pequenos estão matriculados em escolas e em um CEU (Centro de Educação Unificado) da região.

Para a mais nova, de seis meses, a Prefeitura de São Paulo ofereceu uma vaga em uma creche no 15 de Novembro, bairro vizinho a Guaianases, mas longe da favela onde vive a família.

"Eu não tenho condições de levar nem buscar minha filha na creche longe de casa", afirma Maria Ramos, que recusou a vaga. Segundo ela, as creches localizadas no seu bairro já estão com todas as vagas preenchidas.

Mãe solteira, a dona de casa afirma ainda que não consegue procurar um emprego, pois não pode deixar a filha, ainda bebê, sozinha em casa. Ela e seus cinco filhos vivem da ajuda de vizinhos e do pai das crianças, além de receber o benefício do programa Bolsa Família.

PLANO DE METAS

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), prometeu entregar 243 creches na cidade até o final de seu mandato, em 2016. Segundo o balanço divulgado no site do plano de metas da gestão petista, no entanto, apenas 32 foram concluídas até agora.

A própria prefeitura paulistana já admite que não conseguirá atingir a meta. O número, daqui a dois anos, deverá ficar em 147 unidades.

Haddad afirma que pretende matricular mais 40 mil crianças por meio de convênios com a rede privada neste ano e outras 40 mil no ano que vem.

Cortes no MEC/Editoria de Arte/Folhapress


Endereço da página:

Links no texto: