Folha de S. Paulo


Alunos e professores fazem ato em apoio à greve na rede estadual paulista

Ao menos 150 pessoas participaram de uma manifestação em apoio à greve dos professores da rede paulista na manhã desta quarta-feira (20) pelas ruas da zona oeste de São Paulo.

De acordo com a Polícia Militar, o grupo caminhou pelas ruas e avenidas do bairro, como a rua Cerro Corá, a avenida Pompeia e a rua Heitor Penteado, onde fica a estação Vila Madalena, da linha 2-verde do Metrô.

Em frente à estação, o grupo formou uma roda e abriu faixas e cartazes com os dizeres: "Professores em greve queremos negociação - Pedimos apoio". Entre os manifestantes, estavam alunos da escola estadual Manuel Ciridiao Buarque Professor. A polícia informou que o ato foi pacífico e durou pouco mais de uma hora.

Os docentes estão em greve por melhores salários e condições de trabalho desde o dia 16 de março. Na última sexta (15), os grevistas decidiram manter a greve da categoria.

MULTA DE R$ 300 MIL

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) conseguiu na Justiça a aplicação de multa ao sindicato do professores paulistas por bloquear rodovias no Estado.

A juíza Lais Helena Bresser Lang Amaral determinou que a Apeoesp (sindicato dos professores) deve pagar cerca de R$ 300 mil por fechar as rodovias Régis Bittencourt, no dia 7, Anchieta –que liga São Paulo ao litoral paulista– no dia 13, e Hélio Smidt –que dá acesso ao aeroporto de Guarulhos (Grande SP)– no dia seguinte.

Editoria de Arte/Folhapress

Na decisão, divulgada na segunda-feira (18), a juíza destacou que o sindicato não "deve praticar qualquer ato de turbação ou esbulho nas rodovias do Estado de São Paulo ou das vias que lhe permitam acesso".

Segundo Lais Helena, caso o sindicato não tenha recursos para pagar a multa, a Justiça poderá bloquear as contas dos dirigentes da entidade.

No dia 22 de abril, a Justiça já havia determinado, em caráter liminar, que a Apeoesp não poderia fechar total ou parcialmente rodovias em São Paulo. Na ocasião, a Justiça fixou multa de R$ 100 mil por rodovia fechada.

No final de abril, a PGE (Procuradoria Geral do Estado) entrou com pedido na Justiça para que o sindicato fosse multado por bloquear totalmente uma rodovia durante um protesto.

Em nota, a Apeoesp afirmou que orientou suas subsedes a não realizar bloqueios em rodovias após decisão judicial contrária à medida, e que os protesto que levaram à aplicação da multa aconteceram à revelia da entidade. Ela também afirmou que já recorreu do bloqueio de bens.

PARALISAÇÃO

Os professores estão em greve há 66 dias e as negociações com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) não avançaram no período. A categoria pede reajuste de 75% (para equiparar o salário aos demais servidores do Estado com formação superior), mas o governo tucano até agora nem sequer apresentou uma contraproposta.

Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), o governo pretende apresentar uma proposta apenas em junho, um mês antes da data-base da categoria, num sinal de que a paralisação tende a se estender por mais tempo. Se o acordo não acontecer até lá, a greve superará, em duração, a mais longa da história, ocorrida em 1989, com 80 dias parados.

No começo de maio, levantamento feito pela Folha mostrou que a greve dos professores de SP tem baixa adesão em grandes escolas. As escolas estaduais com mais matrículas na capital têm paralisações, mas com adesão de, em média, 15% dos professores.

Além dessa guerra dos número, professores e governo disputam na Justiça o pagamento ou não dos dias parados. A última vitória foi do sindicato, nesta quarta, após decisão do Tribunal de Justiça contra o desconto do ponto.


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