Folha de S. Paulo


Professores e alunos da USP, Unicamp e Unesp fazem ato unificado em SP

Funcionários, alunos e professores da USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) participam de um protesto unificado na tarde desta quinta-feira (14).

Mais cedo, o protesto passou pela avenida Paulista, região central da capital, e agora se concentra entre as ruas Itapeva e Silvia, onde fica a sede do (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 150 pessoas participam do protesto. Eles são contra o plano do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de fixar o teto de 9,57% do ICMS nas verbas das universidades em 2016.

Segundo os manifestantes, por conta do corte de 35% das verbas, a USP demitiu cerca de 1.333 funcionários. Eles também reivindicam reajuste salarial de 11,6% para os funcionários e professores e exigem isonomia salarial entre as universidades estaduais.

"A greve está sendo colocada contra o ataque às universidades estaduais. Se a mudança ocorrer, faremos a maior greve da história", disse Alexandre Pariol, diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).

Vindos em caravanas de ônibus de várias cidades do Estado de São Paulo, os manifestantes começaram a concentração em frente ao vão-livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo) por volta das 14h. Um dos gritos de guerra entoados pelo grupo foi: "O seu ajuste não vai passar porque se não São Paulo vai virar o Paraná".

Uma reunião entre os três reitores das universidades paulistas com representantes de sindicatos e DCEs dos estudantes estava marcada para esta tarde no Cruesp.

REPASSE DE VERBA

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) transformou em "teto" o que era o "piso" de verba a ser destinada às três universidades paulistas: USP, Unesp e Unicamp. A decisão ocorre quando as universidades vivem dificuldades financeiras e pleiteiam mais recursos.

Prevista para 2016, a alteração no repasse consta no projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), a ser analisado e votado na Assembleia, onde o governo tem maioria. Tradicionalmente, a gestão tucana determinava que suas universidades deviam receber "no mínimo" 9,57% da cota do Estado no ICMS (principal imposto paulista).

Na proposta para 2016, o texto diz que o percentual é o "máximo" a ser concedido. A mudança permite que o governo não chegue nem a repassar mais os 9,57%, dizem os sindicatos dos professores da USP e da Unicamp. Como as universidades, o Estado também vive dificuldades financeiras, devido à queda na arrecadação.

Editoria de arte/Folhapress

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