Folha de S. Paulo


Professores estaduais fazem ato no centro de SP; greve será mantida

Um grupo de professores da rede estadual fez, na tarde desta sexta-feira (24), um novo protesto na região central de São Paulo. O grupo se reuniu na avenida Paulista e seguiu em passeata até a praça da República, de onde dispersou.

O prédio da Secretaria Estadual de Educação, que fica na praça da República, foi cercado pela Polícia Militar após a tentativa de invasão ao local, na quinta-feira (23). Na ocasião, a categoria se reuniu com o secretário Herman Voorwald, mas não fecharam acordo.

Ao chegar na praça, alguns professores retiraram uma fita que foi colocada para preservar o entorno da secretaria e alguns manifestantes gritaram palavras de ordem aos policiais que faziam o cerco, mas não houve registro de confronto com os PMs. O prédio, no entanto, já tinha sido esvaziado por volta das 16h.

De acordo com o sindicato, cerca de 50 mil pessoas participaram da manifestação desta sexta. Já a Polícia Militar apontou que o número ficou em torno de 3.000.

O ato foi iniciado às 14h com uma assembleia no vão-livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo), onde os docentes decidiram manter a greve, que já dura 40 dias. A categoria também marcou para a próxima quinta um novo protesto e assembleia, que deverá ocorrer novamente na avenida Paulista.

A secretaria afirmou, em nota, que se mantém aberta ao diálogo. Enquanto a categoria diz não ter recebido proposta de aumento no encontro de quinta, a secretaria afirma ter apresentado uma política salarial para os próximos quatro anos, com data base em 1º de julho.

Segundo o governo estadual, 96% dos docentes trabalharam normalmente na manhã desta sexta. O sindicato ainda não passou o percentual de adesão à greve atualizado.

SALÁRIOS

Entre outras reivindicações, a categoria pede um aumento salarial de 75%.

Os salários dos professores da rede estadual paulista subiram mais do que a inflação nos últimos anos. Mas os docentes ainda ganham menos do que outros profissionais com formação semelhante.

De junho de 2012 –folha de pagamento mais antiga divulgada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB)– a fevereiro deste ano, o salário médio dos professores das escolas estaduais subiu 28%. Nesse período, a inflação foi de 16%, segundo o indicador IPC-Fipe, em São Paulo, e de 19,5%, segundo o IPCA.

Considerando o início do mandato anterior do tucano (2011) até fevereiro de 2015, o reajuste salarial foi de 45%, segundo dados tabulados pelo próprio governo, ante uma inflação de 25% (IPC). Logo no início do mandato anterior, Alckmin aprovou lei que estabeleceu política de aumentos até 2014.

Editoria de arte/Folhapress

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