Folha de S. Paulo


Paixão por sagas literárias une alunos 'nota mil' na redação do Enem

A paixão pelos livros é uma característica em comum de estudantes que conseguiram tirar a nota máxima na redação do Enem em 2014.

Ao todo, apenas 250 obtiveram os mil pontos da prova, entre os mais de 6 milhões de candidatos em todo o país. Cerca de 1 em cada 25 mil.

Curiosamente, esse é o número de habitantes da pequena Veranópolis (a 126 km de Porto Alegre), de onde saiu um dos textos "impecáveis".

A autora dele é Taiane Cechin, 17. Filha de uma professora de português, a jovem se formou no colégio privado Regina Coeli no ano passado, mas fez o ensino fundamental em uma escola municipal, a Irmão Artur Francisco.

Arquivo Pessoal
Taiane Cechin, 17, está entre os 250 estudantes que tiraram a nota máxima na redação do Enem
Taiane Cechin, 17, está entre os 250 estudantes que tiraram a nota máxima na redação do Enem

Incentivada pela mãe, Taiane se apaixonou pela leitura. "Adquiri esse prazer por frequentar a biblioteca da escola. Mas não só em busca do conteúdo das aulas, mas de conhecimentos gerais", conta ela, que quer ser médica.

Entre os livros preferidos da garota estão as séries "O Senhor dos Anéis" e "Crônicas de Gelo e Fogo".

Por coincidência, os autores J. R. R. Tolkien e George R. R. Martin também são os favoritos de Luis Arthur Novais Haddad, 19, que escreveu outra redação nota mil.

Morador de Juiz de Fora (a 255 km de Belo Horizonte), ele sempre estudou em escola particular (o Santa Catarina) e, agora, tentará uma vaga em engenharia elétrica em instituições federais.

Além de ler bastante, "para ter vocabulário", o jovem se preparou para o exame com aulas extras de redação. Com as tarefas do colégio, fazia dois textos por semana.

"Diziam que eu escrevia bem. Mas, quando soube que foram só 250 [pessoas com a nota máxima], não esperava estar entre elas", conta.

Em São Paulo, o estudante Luiz Montenegro, 19, aluno do colégio Bandeirantes (zona sul), chegou muito perto da nota máxima: fez 980.

"Sempre li bastante e tive facilidade para escrever. Sei que, como médico, a escrita será muito importante para mim", diz o fã de Dan Brown ("O Código Da Vinci").


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