Folha de S. Paulo


Reitor da USP afirma que ainda não pode cortar remunerações

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirma que ainda não está claro se a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o teto salarial se aplicará à universidade.

A reitoria diz que só após a publicação do acórdão terá certeza do teor da decisão –o que ainda não ocorreu.

No julgamento, os ministros disseram que a decisão tem "repercussão geral". Segundo os ministros da corte ouvidos pela Folha, isso significa que a USP terá de se enquadrar na aplicação do teto.

Fabio Braga - 15.ago.2014/Folhapress
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, diz não estar claro se decisão do STF vale para a USP
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, diz não estar claro se decisão do STF vale para a USP

Superintendente jurídica da USP, Maria Paula Dallari Bucci afirma que às vezes o texto presente no acórdão tem algumas mudanças que podem alterar o teor previamente divulgado.

"Não queremos dar a impressão de que já vamos sair cortando. Até porque, se cortarmos e depois o entendimento não for esse, os servidores certamente entrarão na Justiça contra a universidade", diz a superintendente.

"Mas o que é certo é que vamos cumprir a lei. Se o acórdão falar para cortar, vamos cortar", declara o reitor.

DISTORÇÃO

Sobre os salários dos servidores técnico-administrativos, descritos pelo reitor como "distorção" em relação aos dos docentes, Zago diz já ter tomado medida de impacto para alterar o panorama.

Ele citou o programa de demissão voluntária, em andamento, que pretende cortar cerca de 1.700 funcionários celetistas até 2015.

Se tiver êxito, a ideia é reduzir a folha de pagamento em cerca de 6% (hoje, ela consome 106% do orçamento). "É uma medida que ajudará no restabelecimento do equilíbrio da universidade."

Zago reconhece que a medida poderá afastar servidores capacitados e importantes para a universidade. Afirma, porém, que a situação exige medidas como essa.

"Há espaço para cortar, se compararmos com outras universidades", diz Zago.

A reitoria destaca que, além dos 18 mil não docentes em atividade na instituição, há outros 5.000 terceirizados.

O reitor afirma ainda não ser possível contratar docentes. Os processos estão suspensos desde o início do ano, como forma de contenção de gastos. Ele não informa quantas contratações seriam necessárias.

Editoria de Arte/Folhapress

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