Folha de S. Paulo


Número de candidatos inscritos na prova do Enem dobra em cinco anos

Desde 2009, quando o governo federal decidiu transformar o Enem em vestibular nacional, o número de inscritos na prova pouco mais que dobrou. Neste sábado (8), 8,7 milhões de candidatos são esperados em 17,3 mil locais de aplicação. Há cinco anos, eram 4,1 milhões.

A comparação considera os inscritos na edição que, devido ao vazamento de questões, foi cancelada. Naquele ano, uma nova data para aplicação do exame foi agendada e o número de abstenções foi recorde (quase 40%).

Na ocasião, o então ministro da Educação, Fernando Haddad (hoje prefeito de São Paulo), disse que a decisão de adiar a prova foi tomada "em nome da credibilidade e segurança" do Enem e que a nova versão seria impressa "com condições reforçadas de segurança".

Agora, os números em superlativo indicam que a intenção do ministério se consolidou. São quase 917 mil pessoas envolvidas na organização do exame, entre fiscais de sala, funcionários dos Correios e das Forças Armadas.

Editoria de arte/Folhapress

"A participação no Enem gerou cada vez mais expectativa", resumiu o atual ministro, Henrique Paim, em entrevista coletiva nesta sexta (7).

"Em 2009, não era possível prever esse tamanho", reconhece Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) naquele ano.

Esse crescimento, na verdade, foi estimulado pelo próprio governo.

Para participar de programas como ProUni (bolsa federal para cursar escola privada), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e Ciência sem Fronteiras (que financia estudos no exterior), é preciso ter uma pontuação mínima na prova.

Além disso, houve grande adesão de instituições públicas ao Enem. Há cinco anos, ele era critério de seleção exclusivo para acesso a 45 mil vagas da rede pública. No início deste ano, esse número chegou a 171 mil.

RIGOR

Diante dessa evolução, também aumentou o rigor na segurança da prova.

Pela primeira vez, haverá uso de detectores de metais, que poderão ser acionados a qualquer momento no local de aplicação. O uso de qualquer dispositivo eletrônico é proibido.

Assim, as "selfies" também são vetadas. Em 2013, 47 estudantes foram desclassificados por postar, em redes sociais, fotos tiradas dentro das salas das provas.

"O mesmo processo que fizemos no ano passado faremos com mais rigor ainda. Qualquer perturbação, mesmo que não seja tentativa de fraude, será coibida", disse o ministro da Educação.

"Haverá acompanhamento, ao longo de todo o processo, das redes sociais", reforçou o presidente do Inep, Chico Soares.

Segundo a pasta, toda a operação para a realização do Enem 2014 teve um custo de R$ 52 por aluno, ou R$ 453,5 milhões no total. Neste sábado, a partir das 13h, serão aplicadas as provas de ciências humanas e da natureza. Amanhã é a vez de linguagens, matemática e redação.


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