Folha de S. Paulo


Perto de encerrar greve, servidores da USP não querem repor horas paradas

Funcionários da USP pediram nesta segunda-feira (8) à reitoria a não reposição das horas paradas durante greve começada em 27 de maio, e que já se tornou a maior paralisação da história da universidade.

Mais cedo, os servidores aceitaram a proposta de reajuste do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas ainda não encerraram a greve. Os servidores querem que cada setor se organize para repor o trabalho acumulado, sem necessidade de horas extras. Para o sindicato, essa exigência configuraria uma "punição".

Além do pedido de não posição das horas paradas, a USP ainda afirma que analisa se poderá pagar o abono, apesar de o fim da paralisação já ser dada como certa nos bastidores. Na quinta-feira (4), o TRT propôs que a universidade, além de reajuste de 5,2% sugerido pela reitoria, pague abono de 28,6% sobre o salário.

Danilo Verpa/Folhapress
Funcionários da USP em frente a reitoria decidem pela continuidade da greve
Funcionários da USP em frente a reitoria decidem pela continuidade da greve

Novas reuniões estão previstas para esta terça (9) e quarta (10). De acordo com o Sintusp, que representa os funcionários, há ainda outros impasses, como negociação de benefícios com o vale-refeição.

Outro ponto em jogo para o fim da greve é a extensão do abono também para os professores, uma vez que a negociação no TRT envolve apenas os funcionários da USP.

Para a Adusp (associação dos docentes da USP), a proposta exclusiva aos servidores fere a isonomia da universidade. O pedido para que o benefício seja estendido à categoria, bem como aos funcionários da Unesp e Unicamp, será apresentado nesta terça (9) ao Cruesp (conselho de reitores).

Segundo Francisco Miraglia, "existe uma possibilidade concreta e viável" de o impasse ser resolvido. A expectativa é que as negociações sobre o reajuste e o abono se encerrem na quarta (10), após nova reunião entre funcionários e a reitoria no TRT.

De acordo com a proposta, o abono compensaria defasagem deste reajuste, já que, pela proposta da USP, ele não é retroativo a maio, mês do dissídio da categoria. Já a reitoria diz que ainda analisa se poderá pagá-lo.

Os grevistas pediam 9,78% de aumento dos salários desde o último mês de maio. Ao longo da negociação, os funcionários reduziram a reivindicação para 7,34%.

A greve foi marcada por vários protestos após a reitoria anunciar que não seria dado reajuste algum aos funcionários devido à crise financeira.


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