Folha de S. Paulo


Governo afastou 12% dos corretores de redações do Enem no ano passado

O governo teve que trocar cerca de 12% dos corretores de redações da edição de 2013 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), por avaliar que eles se afastaram do que é tido como o padrão ideal de correção das redações.

O dado é semelhante ao registrado dois anos antes, mas se afasta do percentual de afastamentos de 2012. Foram retirados das correções 845 dos 7.121 avaliadores em 2013 (11,86%), 52 dos 5.558 em 2012 (0,93%) e 277 dos 3.188 em 2011 (8,68%), como publicado pelo "Estado de S. Paulo" nesta segunda-feira (11).

Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que aplica o exame, esses afastamentos não têm impacto nos resultados, pois as redações sob responsabilidade dos corretores afastados são redistribuídas e corrigidas novamente por outros avaliadores.

O Inep explica que o trabalho de correção das redações é monitorado com base em 18 indicadores, para garantir o "alinhamento do corretor aos critérios de avaliação" do Enem. Um dos mecanismos, diz o instituto, é fazer com que os corretores avaliem redações já corrigidas previamente –notas muito discrepantes "são evidência de falta de alinhamento", explica o Inep em nota.

O corretor que se afasta excessivamente dos critérios é suspendo ou excluído do processo. Quem é excluído pode voltar a ser um corretor no futuro, desde que faça uma nova capacitação e seja aprovado nessa reciclagem.

"O Inep está completamente seguro de que a existência de todos esses indicadores de monitoramento do comportamento dos corretores dá tranquilidade aos participantes de que o processo de atribuição de notas às redações é confiável", defende o instituto.

As redações no Enem foram alvo do polêmica na edição de 2012, quando um candidato recebeu uma boa nota mesmo tendo inserido uma receita de miojo no meio da redação.


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