Folha de S. Paulo


USP continua com prédios fechados por greve; PM é acionada na Esalq

O campus Butantã da USP, na zona oeste de São Paulo, voltou a ter piquetes e prédios fechados nesta terça-feira (5) por conta da greve de funcionários e professores que já dura mais de dois meses. A Polícia Militar chegou a ser acionada para liberar a entrada do edifício central da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba (a 160 km de SP).

Segundo a reitoria da USP, assim como na segunda-feira (4), no campus Butantã, estão sem atividades a reitoria, a prefeitura do campus, a administração central, o restaurante central, restaurante da física, arquivo central, museu de arqueologia, superintendência de tecnologia de informação, centro de práticas esportivas e a clínica de odontologia.

A guarda universitária afirmou que os grevistas estão espalhados em pequenos grupos, na frente de cada um dos prédios. Algumas barracas também permanecem no campus, após uma parte dos manifestantes ter passado a noite no local. Apesar disso, não há registro de qualquer tipo de tumulto.

Já em relação às aulas, a universidade afirmou que elas acontecem normalmente em todas as faculdades. Na segunda, a reportagem esteve no campus e viu que não houve aulas na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), mas, segundo a reitoria, isso acontece porque os alunos da unidade estão tendo outras atividades.

A reitoria havia afirmado na segunda que a liminar de reintegração de posse conseguida na Justiça no último dia 24 englobava nove dos dez prédios fechados pelos grevistas –medida não atingiria a reitoria. Nesta terça, porém, a reitoria afirmou que a liminar atinge todo o campus e ainda está em vigor.

Procurada, a assessoria de imprensa do TJ (Tribunal de Justiça) afirmou que, em caso de descumprimento de um a ordem judicial, a parte afetada deve acionar novamente a Justiça para que novas medidas sejam aplicadas.

ESALQ

A Esalq também voltou a ter piquetes por parte de funcionários grevistas nesta terça-feira. Segundo a assessoria de imprensa da faculdade, um grupo colocou faixas na entrada do edifício central. A Polícia Militar foi acionada para retirar os manifestantes, que saíram de forma pacífica.

A faculdade afirmou que as aulas estão acontecendo normalmente apesar de um pequeno grupo de professores ter aderido à paralisação. Segundo balanço da unidade, os professores de 60 de um total de 619 turmas não entregaram ainda as notas dos alunos do primeiro semestre, o que corresponde a 9,7%.

Já quanto aos funcionários, a Esalq afirmou que 77 dos 545 interromperam as atividades.

GREVE

Os trabalhadores das três universidades públicas estaduais (Unesp, Unicamp e USP) entraram em greve no dia 27 de maio, em protesto à proposta dos reitores de não conceder reajuste salarial à categoria. O reajuste pedido por eles é de 9,78%. Os servidores, tradicionalmente, ganham reajuste em maio –em 2013, por exemplo, foi de 5,39%.

O bloqueio da reitoria da USP foi feito após os funcionários constatarem, durante a assembleia, que tiveram pontos descontados por conta da paralisação. A folha de pagamento foi disponibilizada aos trabalhadores por meio de um sistema interno e é referente ao período de 21 de junho a 20 de julho.

Os professores da Unicamp suspenderam a greve na quinta-feira (31), ao aceitar a proposta da reitoria de conceder um abono de 21% sobre o salário de julho.

Na segunda, a Unesp também oferece um abono de 21% aplicados sobre os salários de julho de 2014 e o reajuste do vale alimentação de R$ 600 para R$ 850, o que equivale a aumento de 41,6%, atingindo o mesmo valor da Unicamp. Tanto funcionários quanto professores devem fazer assembleias ainda nesta semana para discutir a greve.


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