Folha de S. Paulo


Disciplina 'curinga' garante vaga na USP Leste

Com o campus interditado por causa de contaminações no solo, a USP Leste teve de criar uma disciplina "curinga" para que os alunos não percam suas vagas.

De acordo com o regimento da USP, perde a vaga o estudante de graduação que não se matricula por dois semestres consecutivos. As inscrições de todos os cursos da universidade começaram na terça-feira (24).

O problema é que, com o terreno contaminado por gás metano, as aulas da USP Leste foram suspensas pela Justiça no início do ano.

E a instituição diz ainda não saber nem onde nem quando elas ocorrerão no segundo semestre.

Por isso, os alunos da USP Leste não conseguem se inscrever em matérias de seus próprios cursos. Elas não estão disponíveis no sistema da universidade.

Para evitar o risco de alguém perder a vaga, a direção adotou para todos a disciplina Atividades Acadêmico-Científico-Culturais, que não é presencial. Para cursá-la, o aluno só precisa comprovar participação em cursos ou atividades da área, como teatro e cinema.

Foi um modo de contornar um problema burocrático, pois ninguém pode ficar fora do sistema de matrículas.

A USP promete que, resolvida a questão do local das aulas, uma nova rodada de inscrições será feita com as matérias de cada um dos dez cursos oferecidos pela unidade.

Em e-mail enviado aos alunos, a Comissão de Graduação da USP Leste diz ser "absolutamente impossível prever, no momento, quando terão início as aulas".

O texto diz também que a universidade não pretende cancelar o período letivo, "mas deseja que isso se dê nas melhores condições possíveis dentro da complexa situação que vive [a USP Leste]".

Por causa da contaminação, os cerca de 4.500 alunos da USP Leste foram realocados. Eles se distribuem entre unidades da Fatec (Faculdade de Tecnologia do Estado), da Unicid (universidade privada) e da USP, nos campus do Butantã e da av. Dr. Arnaldo, ambos na zona oeste.


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