Folha de S. Paulo


Sem 'bandejão', alunos de moradia da USP ganham alimento

Sem ter onde fazer as refeições, estudantes que vivem no Crusp (Conjunto Residencial da USP), na Cidade Universitária (zona oeste de SP), têm recebido na moradia os alimentos que seriam preparados nos refeitórios da universidade.

Ao menos sete restaurantes universitários estão fechados desde o dia 27, quando professores e funcionários iniciaram a greve. O repasse da comida foi uma reivindicação dos moradores do Crusp.

"Apoiamos a greve e encontramos essa alternativa para a questão da refeição do pessoal", diz o estudante do curso de letras, Leandro Paixão, 46, membro do Amorcrusp (Associação de Moradores do Crusp).

Segundo a USP, cerca de 700 alunos que vivem na moradia se alimentam de graça nos 'bandejões'.

"Sem essa assistência, muitos têm que voltar para o interior ou usar a bolsa de R$ 400 para comprar alimento", afirma William Santana Santos, 23, aluno de ciências sociais e membro do DCE (Diretório Central dos Estudantes).

Desde o início da greve, a SAS (Superintendência de Assistência Social) da USP fez duas distribuições de alimento, mas, segundo o Amorcrusp, a comida fornecida não é suficiente.

"Para ter uma ideia, na primeira distribuição, eles [reitoria] mandaram um tomate, uma cebola, meia cenoura, um quarto de pepino, [entre outros alimentos], para uma pessoa passar a semana toda. E, mesmo assim, muita gente do final da fila não pegou frutas e legumes", diz Paixão.

A associação solicitou à USP que fosse calculado alimento para 700 pessoas na segunda distribuição, que foi dividida em porções para 600, para diminuir a carência dos produtos. "Mesmo assim, não foi dado o número de frutas que pedimos", afirma Paixão.

A USP diz que "os alimentos distribuídos seguem o cardápio que normalmente seria servido nos bandejões e é calculado pelas nutricionistas da SAS".


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