Folha de S. Paulo


Dilma quer aumentar salário de professores para reduzir desigualdade

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo federal investirá no aumento dos salários de professores da rede pública e na construção de escolas em tempo integral para abandonar o que chamou de "história trágica de desigualdade do nosso país".

Segundo a presidente, que se baseou nos dados do Censo Escolar 2013 divulgados pelo Ministério da Educação no início da semana, o Brasil deu "um passo bem grande para aumentar o ensino em tempo integral mas ainda está longe do que nós queremos e devemos ter". De acordo com os números oficiais, as matrículas em educação integral cresceram 45,2% no último ano.

Jorge Araújo/Folhapress
Dilma Rousseff (PT) durante cerimonia de entrega de certificados do Pronetec em São Paulo
Dilma Rousseff (PT) durante cerimonia de entrega de certificados do Pronetec em São Paulo

Dilma afirmou ainda que o investimento em educação, inclusive de ensino técnico, e a formação e pagamento de bons professores é fundamental para "superar a pobreza de forma perene no país". "Não tem ensino de qualidade sem professores bem pagos e nós vamos gastar dinheiro para pagar professores e fazer escolas de dois turnos".

A presidente participou da cerimônia de formatura de alunos do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) na capital paulista e lembrou que, em 2011, quando o programa foi idealizado, "havia um certo pessimismo no ar" em relação à meta de oito milhões de matrículas até 2014.

"Hoje estamos em 5,8 milhões [de matrículas] e eu tenho certeza de que vamos chegar lá", prometeu a presidente. O ministro da Educação, Henrique Paim, também reforçou a promessa durante seu discurso.

BAIXO QUÓRUM

Mesmo com a participação da presidente Dilma, o evento não atraiu muitas autoridades. Nenhum outro ministro além de Paim acompanhou a comitiva presidencial.

O prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, participou da cerimônia e foi acompanhado de dois secretários municipais, César Callegari (Educação) e Luciana Temer (Assistência e Desenvolvimento Social). Entre os parlamentares presentes, apenas o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e as deputadas federais Iara Bernardi (PT-SP) e Janete Pietá (PT-SP).

Segundo Haddad, o evento foi marcado "meio em cima da hora" e, por isso, muitas autoridades não puderam comparecer. O prefeito, que foi bastante vaiado no início de seu discurso, afirmou que quem está na política deve se acostumar com esse tipo de episódio. "Não, ali todo mundo foi um pouquinho [vaiado]. Você tem que se acostumar na política com isso, se não é melhor sair", disse.


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